O jogo da revolução

29/03/2016, 19:12

Gerrinson R. de Andrade | Twitter: @GerriRodrian

 

Desânimo:

acabrunhamento,
esmorecimento,
pusilanimidade,
arrefecimento,
esvaecimento,
desesperança,
esgotamento,
desinteresse,
desconforto,
abatimento,
melancolia,
derrotismo,
prostração,
debilidade,
desalento,
languidez,
preguiça,
fraqueza,
modorra,
moleza,
tristeza,
letargia,
inércia,
apatia.

Qualquer palavra acima
bem descreve
o ânimo do torcedor rubro-negro
neste março em 2016.

O estupefato torcedor não merecia um mês assim.

Há algum tempo finge,
sorri com esforço,
espera o messias,
espera o milagre, aguarda o retorno do D. Sebastião,
espera o 13º cair na conta,
espera o carnaval chegar na avenida.

Mas nem o milagre, nem o messias, nem o carnaval.
Nem nada.

O torcedor vai se recusando a ver jogo: cada partida é uma paulada nos neurotransmissores,
o cérebro fica sem serotonina, sem dopamina, sem endorfina.

A depressão arrasa.

A cada minuto sem gol, sem jogada que preste,
mais cabisbaixo e arrasado fica o rubro-negro.

Sempre folião na vida, flamenguista sinônimo perfeito da alegria,
agora tá na vertigem, no cansaço da vida.

Nem se importa mais se o caso é de sabotagem, incompetência ou azar.
Já nem se move em qualquer direção.

Vai sonolento, tristonho.

Não lê pós-jogo, não dá margem ao masoquismo.
Não vê o replay, não se importa, não renova sua fé.

O torcedor, desorientado, míngua de fome.
Desnutrido de gol, convalesce.

40 milhões de torcedores se transformando em zumbis-sombras:
quem nasceu pra festa, não dança em velório.

Mas eis que o próximo jogo é sempre o jogo da redenção.
Mas eis que o próximo jogo é sempre o jogo da revolução.
Mas eis que o próximo jogo é sempre o primeiro jogo do resto de nossas vidas.

O moribundo torcedor vai de olhar desconfiado, desconfiando.
Vai pisando suave no terreno.
Vai lentamente percorrendo seu descaminho, vendo perto uma luz: é o remédio que chega.

É o Vasco, aquela velha nojenta e bigoduda, merecendo seu tapa na cara.

É o medicamento,
a beberagem,
o tratamento,
o preparado,
o conserto,
a mezinha.
a solução,
o recurso,
o xarope,
a poção,
a cura.

(E se o remédio não fizer efeito, se der engasgo e caganeira,

então será tempo de transformar toda a depressão em raiva

e tempo de mandar meia-dúzia pro olho da rua.

Toda tristeza tem seu fim).

Orra, é Mengo!

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Gerrinson R. de Andrade escreve no Blog Orra, é Mengo, da Plataforma MRN Blogs. A opinião do autor não reflete necessariamente a opinião do Mundo Rubro Negro.

 

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Gerri Rodrian
Autor

Paulista de Osasco, nascido em 1974, casado. Formado em Letras na USP, dramaturgo, profissional da área multimídia e servidor público federal. Rubro-negro desde 1980.