O Rogério vai comandar pelo telefone!

Por Lael Mendes – Twitter: @LaelMendes

Em um dia de outubro de 2003 o dirigente do Flamengo Eduardo Moraes, o Vassoura, vai a público anunciar o novo treinador do clube. Depois de uma passagem ruim de Oswaldo de Oliveira, o nome escolhido foi o de Waldemar Lemos, irmão de Oswaldo.

A torcida obviamente não gostou da ideia e os protestos começaram já na apresentação. “Por que Waldemar?”, pergunta Cícero Mello, repórter da ESPN Brasil, os berros da torcida ecoam no que hoje é um dos maiores memes da história do CRF.

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Entre muitos gritos de “Waldemar é o caralho!” e “Fora Waldemar!” um comentário se destaca: “O Oswaldo vai comandar pelo telefone!”. O medo era que o trabalho ruim de Oswaldo de Oliveira se repetisse com o irmão.

18 anos depois, o Flamengo entra em campo para enfrentar o Coritiba pela terceira fase da Copa do Brasil com o seu treinador atual, Rogério Ceni, afastado após testar positivo para Covid 19. A solução? A mesma que Graham Bell inventou lá em 1875: o telefone.

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Maurício Souza orientava a equipe à beira do gramado enquanto se comunicava com Ceni pelo celular. No campo, o Flamengo não encontrou dificuldades para construir o resultado e garantir a classificação para as oitavas de final da competição. A equipe paranaense quase não ofereceu resistência; ao longo dos 90 minutos finalizou duas vezes na meta de Diego Alves.

Já o Flamengo, mutilado pelas convocações para a Copa América, conseguiu mostrar um padrão tático e consistência ao longo do jogo, mesmo tendo terminado a partida com apenas três titulares. O time de Rogério Ceni chegou à quinta partida sem sofrer gols e aos poucos vai afastando os fantasmas que assombravam a defesa rubro-negra.

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Muito criticado desde o início do trabalho, Ceni acumula bons resultados à medida que a temporada começa a apresentar desafios maiores. Enquanto parte torcida mantém a desconfiança, acredita que o melhor seria continuar com Rogério em home office e alguns protestos soam tão engraçados quanto o “fora Waldemar” lá de 2003.

Ainda sob protestos de uns, Rogério Ceni continua. E comanda até por telefone.