O que está por trás dos pedidos dos torcedores do Flamengo por um mecenas no clube?
Uma lista divulgada pela empresa QR Capital repercutiu nas redes de torcedores do Flamengo, isso porque a listagem expôs os torcedores mais ricos do futebol nacional, e o rubro-negro bilionário Beto Sucupira marcou presença no primeiro lugar da lista.
A partir disso, torcedores do clube agitaram a web pedindo investimento de Sucupira no time através da hashtag #BetoSicupiraNoMengão, que passou a noite deste domingo (5) nos assuntos mais comentados do Twitter.
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De acordo com a lista da Forbes de 2020, a fortuna do empresário chega a R$ 42,64 bilhões. No entanto, será que o pedido dos rubro-negros teria como motivação apenas o interesse financeiro, ou eles estariam usando do momento para tentar forçar o fair play financeiro no futebol nacional?
Fair play financeiro no Flamengo
A ideia de alguns torcedores do clube é a de que se o Flamengo ganhasse um apoio financeiro considerável, todas as outras equipes nacionais – inclusive as que foram beneficiadas por mecenato nos últimos anos , como Palmeiras e Atlético Mineiro – poderão se incomodar e pedir medidas restritivas para que o doping financeiro acabe.
Em 2009, a UEFA criou um sistema de fair play financeiro e que visava melhorar a capacidade econômica e financeira dos clubes, além de aumentar a transparência e a credibilidade dos próprios, e encoraja-los a operar com base nas receitas deles, sem ajuda externa. Caso as regras impostas não sejam cumpridas, a equipe é punida.
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Apesar de ter sido instalado no continente apenas em 2009, em 1962 a Alemanha já impunha regras que fomentavam uma limpa administração financeira na Bundesliga.
Em contrapartida, no Brasil a medida ainda não é adotada e muitos clubes recebem apoio financeiro externo a suas receitas. Mas com os debates entorno do assunto aumentando, a CBF começou a encaminhar a sua construção em 2020.
Fair play na CBF: em que pé estamos?
Com a repentina chegada da pandemia da Covid-19 no país, a CBF foi obrigada a atrasar a construção do projeto, que só foi retomado em 2021. A ideia da Confederação é instalar o sistema pouco a pouco, até que as equipes se familiarizem.
Em setembro deste ano, um modelo com as exigências já foi enviado aos clubes nacionais. As punições de fato devem entrar em vigência a partir da temporada de 2022. Ou não. Tudo leva a crer que vai depender de quais clubes serão beneficiados ou não. A torcida do Flamengo, sagaz, já percebeu.
Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense de Niterói. Redatora do Mundo Rubro-Negro.