🖇 Este post foi publicado originalmente durante as Olimpíadas Rio 2016
A discussão sobre as diferenças entre o futebol feminino e masculino são longas. Nos últimos tempos, um dos tópicos mais abordados é como adaptar o esporte para que as mulheres pratiquem com condições parecidas às dos homens e como organizá-lo de forma que a chance de alto rendimento seja proporcional à masculina.
Em outros esportes, há diferenças nas dimensões para que cada categoria apresente seu máximo. No vôlei, a rede para o masculino chega a 2,43m e no feminino a 2,24m. Para o técnico da seleção feminina de vôlei, José Roberto Guimarães,a diferença da composição física altera a forma que o vôlei é praticado. No basquete, a bola das mulheres tem dimensões um pouco menores e hoje há uma discussão para que a tabela seja rebaixada, já que tem a mesma altura que o basquete masculino. No handebol, há uma diferença no tamanho da bola.
Vejam que os esportes não mudam sem critério. As mãos das mulheres são menores, então faz sentido que a bola de basquete e handebol femininos sejam menores. Por serem mais baixas, também é coerente reduzir a altura da rede de vôlei. Vejam também que não há alteração nas dimensões da quadra e trave de handebol por serem insignificantes e não gerarem um ganho esportivo. Na natação, não há diferenças nas dimensões, mas as técnicas podem mudar entre homens e mulheres.
Assim como em várias espécies, os humanos possuem o dimorfismo sexual – diferenças físicas entre os sexos. Respeitar essas diferenças permite que todos deem seu máximo nos esportes, que sempre tiveram o objetivo de comparar as habilidades físicas das pessoas. Em jogos da mente, não vejo sentido em diferençar.
Nessa Olimpíada, vimos opostos. De um lado, a goleira da Colômbia com 1,68m, e do outro, a da China com 1,88m, altura de muitos bons goleiros do masculino. Então, em qual vamos nos basear? Não podemos analisar as diferenças pegando os extremos, é preciso fazer uma média. Uma pesquisa recente mostrou que os brasileiros têm em média 1,73m (homens) e 1,61m (mulheres) e são esses dados gerais que devem ser usados. Não há um estudo profundo do tipo e creio que seja necessário fazê-lo antes de alterar qualquer dimensão.
A altura e a largura da trave podem ser diminuídas de forma proporcional e de acordo com a envergadura máxima do corpo. O peso da bola também poderia mudar, tendo como critério a força do chute para que a velocidade máxima da bola seja parecida. Alterar as dimensões do campo, seja no comprimento, largura ou até da marca de pênalti, não necessariamente seria uma opção, visto que isso não acontece em outros esportes e pode não ser o principal. Porém, caso mudá-las seja uma opção, não sei qual seria o ideal, talvez seria necessário considerar a resistência física. Mudando as dimensões do campo, o tempo de jogo poderia permanecer igual, já que o desgaste seria reduzido por outro fator.
Como exemplo resolvi fazer algumas alterações levando em consideração a altura média dos brasileiros. Os comprimentos originais (em branco) usados são de dimensões internacionais ou a média delas.
A área total do campo iria reduzir quase 980m², a de pênalti diminuiria quase 90m² e a do gol perderia 2,4m².
Como disse antes, é preciso fazer um estudo profundo das características físicas de ambos os sexos e colocar em debate com as atletas e clubes, pois será preciso fazer alterações para fixar a trave em um local diferente.
Note, principalmente, que a discussão não se trata sobre capacidade ou força física feminina, já que sabemos que isso elas têm. As mulheres podem praticar esportes, seja ele qual for, assim como homens. O foco é justamente a adaptação para que seja uma prática mais justa, desta forma, teremos disputas cada vez mais intensas e talentos cada vez maiores.
Agora quero saber o que você acha. Pense bem e responda o questionário abaixo. Em duas semanas irei encerrar a pesquisa e fazer um post com os dados.