Náyra M. Vieira | Twitter @NayraMV
Quem conhece a história do Flamengo sabe que não é exagero sentir um frio na espinha quando o time vem em boa fase e a torcida lota o estádio. Festa e Flamengo são coisas que juntas trazem memórias amargas, das quais prefiro nem falar pra não atrair. Brasília, como sempre, recebeu o Flamengo calorosamente, os jogadores foram muito procurados e o estádio estava lindo abarrotado de rubro-negros.
Muitos dirão que o problema começa com o Flamengo mandando um jogo fora, mas isso realmente nada teve com o que vimos em campo. O erro começou por Oswaldo com 2 coisas que foram fundamentais para o resultado: Paulinho titular e uma linha de três zagueiros mal treinada.
Quem lê meus textos sabe que desde a polêmica com Eduardo defendo que entre em campo o melhor time possível. Se há um jogador que não aguenta 90 minutos, que o substitua no intervalo ou com 60 minutos de jogo, o importante é entrar com o 11 ideal para depois não ter que correr atrás do resultado. Oswaldo, então, tinha que apenas voltar ao 4-1-4-1 variando pro 4-2-3-1 que vinha dando certo antes colocando no meio Everton aberto de um lado e Ederson de outro (posição, aliás, que o fez se destacar na Europa).
Contudo, Paulinho virou titular por ter feito um golaço, numa jogada de sorte, já que no restante do jogo foi apenas mediano. Não é segredo pra ninguém o quanto a idolatria da torcida faz a cabeça de alguns jogadores subir rápido e Paulinho mostrou isso muito bem a partir 2014, o que resultou numa partida deplorável nessa quinta. Logo no início de jogo parecia obcecado por fazer lances de efeito, perdeu bolas bobas por querer sair driblando mesmo quando tinha opção de passe, inclusive a que na zona de defesa gerou o contra-ataque do Coritiba e culminou no pênalti bem marcado.
Se Paulo Victor, que fez defesas difíceis e foi obrigado a fazer várias saídas do gol para evitar uma goleada, errou em algum momento foi no pênalti. Não é de hoje que Kleber bate no meio e, novamente, Paulo Victor tentou adivinhar e acabou vendo uma bola fácil entrar. O gol levou o psicológico do Flamengo a lona, o time começou a se precipitar e errar lances bobos, o fantasma do histórico de não conseguir virar jogos assombrando os jogadores.
Foi então que o segundo erro fundamental de Oswaldo afetou diretamente o placar. Se antes Márcio Araújo ficava fixo a frente dos zagueiros, protegendo a zaga, hoje quando o time tinha a bola recuava como um 3° zagueiro pela esquerda, fazendo Samir e César Martins girarem, o que provocou muita confusão no posicionamento e deixou buracos na cobertura, principalmente por erros de César Martins.
O 2° gol do Coritiba nasceu do passe errado do zagueiro César, que gerou um contra-ataque pela direita; Samir foi cobrir o buraco deixado por Pará e César Martins e ninguém entrou no lugar dele, o resultado foi uma falha geral. O cruzamento foi feito perto da linha de fundo, os jogadores do Flamengo simplesmente saíram pra fazer a linha de impedimento ignorando que a bola partira de uma posição à frente dos jogadores do Coritiba que entravam na área. Assim Henrique teve toda a liberdade para cabecear cara-a-cara com Paulo Victor.
Nos vinte minutos seguintes o Flamengo oscilou e pouco conseguiu produzir, Wilson fez apenas uma defesa em cabeceio de Kayke, que acabava tendo que sair muito para ajudar na armação das jogadas, devido a inoperância de Everton e Paulinho pelos lados. Alan Patrick e Canteros até tentavam algo pelo meio, mas estavam muito marcados e o time não tinha o meio-campo, Jorge estava preso pela presença de Negueba e Pará não consegue desenvolver jogadas ofensivas sem ter com quem tabelar ou fazer uma triangulação.
A esperança era que Oswaldo acertasse o time no intervalo, desse foco aos jogadores e recompusesse o meio-campo com Ederson no lugar de Paulinho. E, com estes movimentos, o 2° tempo começou todo do Flamengo que jogava o tempo todo no campo do adversário, chegando a ter quinze minutos de pura pressão, mas a defesa muito bem postada não dava espaços para criar, poucos jogadores entravam na área e a falta de finalizações acabou sendo uma consequência. Após a saída de Negueba, Jorge subiu de produção ao poder ir mais ao ataque, o gol parecia questão de tempo, mas poucos minutos depois Oswaldo fechou o caixão rubro-negro.
NADA justifica Almir entrar num jogo do Flamengo.
Após a saída de Canteros para a entrada de Almir, Alan Patrick sumiu, Ederson que vinha tentando e conseguindo boas jogadas caiu de rendimento, a bola começou a se aventurar no campo do Flamengo. Olhei o banco e Oswaldo não havia levado Baggio, era jogo pra ele em um 4-4-2, mas o único atacante era Cirino, que não fez nada diferente do que vem fazendo em sua má fase pós-carioca. Mesmo havendo tempo pra pressão, o Flamengo não produziu nada, não ameaçou, lembrou até o Flamengo de Luxemburgo, a derrota foi feia e a torcida não perdoou.
Obviamente nada está perdido, fica mais difícil já que era a chance de tirar diferença para Corinthians e Atlético-MG, mas estão todos na briga e o Flamengo tem tudo para retomar o caminho da vitória, basta Oswaldo pensar sobre os erros que cometeu para nunca mais voltar a repeti-los.
Não é hora para pessimismo, Guerrero volta no próximo jogo, a única baixa além dos que estão no DM é César Martins que levou o 3° amarelo hoje. O Flamengo ainda enfrentará todos os seus adversários diretos, a exceção do São Paulo, portanto sobram chances e domingo é a primeira contra o Atlético-MG, vamos continuar apoiando e acreditando.
Saudações Rubro-Negras
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