Num Maracanã que reservou espaços vazios de desconfiança, a estreia de Filipe Luís reservou o resgate de um futebol que foi se desfazendo ao longo do tempo. Aquele Flamengo dominante, atento, com talento e muita raça.
A vitória rubro-negra por 1 a 0 sobre o Corinthians, no primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil, pode ter sido o primeiro capítulo de um reencontro saudoso do clube com sua essência. O jogo foi tão bom que não houve votação de pior em campo. O melhor entre os jogadores? Léo Pereira.
➕ Flamengo 1×0 Corinthians: nova postura com Filipe Luís dá vantagem na Copa do Brasil
Apesar de pouco exigido no primeiro tempo, o júri decidiu conceder esta graça ao Karolino sobretudo pelo milagre de evitar o empate corintiano num forte chute que já vencia Rossi. “Deu até para ignorar o vacilinho num recuo de bola pouco antes”, escreveu Carol Boeuri.
Contudo, o trofeu vai mesmo para Filipe Luís, o estudioso, o galã feio, o ídolo que nos salvou da mediocridade titeana. Marcio Marcondes, em sua análise, determinou: “Um time intenso, com marcação forte, triangulação, aproximação, toque de bola, saída por baixo sem bola longa para brigar e sobrar para os ‘externos desequilibrantes'”. É, foi exatamente por aí…
🏆 Melhor do jogo 👎 Pior do jogo ⚽ Marcou gol 🟨 Cartão amarelo 🟥 Cartão vermelho ↪️ Entrou
Rossi: Bela defesa no único chute do Corinthians na etapa inicial, de Garro. Boas intervenções pelo alto, quando a defesa teve dificuldade. E teve sorte com as duas bolas na trave. Para um goleiro isso conta. Nota: 7,0. (DA)
Wesley: Alternou bons e maus momentos, como de costume. Se não fosse uma desatenção no primeiro tempo, sairia de campo com uma assistência. Nota: 7,5. (MP)
Leo Ortiz: Partida muito segura na defesa, tanto nos combates diretos quanto na cobertura ao Wesley. E a qualidade de sempre na saída de bola da defesa. Seja na zaga ou no meio, não dá pra abrir mão de seu talento mais – o time joga MUITO MELHOR com ele em campo! Nota: 7,0. (LA)
🏆 Léo Pereira: Não foi muito exigido no primeiro tempo, mas no segundo, fez aquela defesa a La Karolino que há algum tempo não fazia. Deu até para ignorar o vacilinho que deu em um recuo de bola um pouco antes. Nota: 8,5. (CB)
⚽ Alex Sandro: Quis o destino que na estreia como treinador de um dos grandes laterais esquerdos da história do Flamengo, o atual lateral fez o gol da vitória e ainda por cima deu um “chutamento” para o não gol de Gabigol (discutível impedimento). Nota: 8,0. ↪️ Ayrton Lucas: Pouco tempo em campo. Sem nota. (DF)
Pulgar: Jogo gigante. Dominou totalmente o meio campo, defendeu como há muito tempo não víamos. Conseguiu realizar alguns passes ofensivos, e quase conseguiu uma assistência para o Arrasca. Foi fundamental na sustentação do sistema defensivo. Nota: 7,0. (SH)
Gerson: Agora ele voltou a ser um meia-direita com bastante comprometimento de marcação, e não mais o único jogador a fazer tudo e em todos os lados do campo. Infelizmente pecou nas grandes chances que teve. Impossível não lembrar do segundo semestre de 2019 ao vê-lo hoje no sistema e no plano montado por Filipe Luís. Nota: 7,0. (DA)
De La Cruz: Foi recuado para jogar ao lado do Pulgar, e melhorou muito sua participação no jogo. Ativo na saída, diminuindo os espaços e chegando à frente pra finalizar e tentar os passes. Faltou aquele detalhe final, mas aumentou nossa expectativa. Nota: 6,5. ↪️ Matheus Gonçalves: Teve tempo de participar do jogo, mas pouco tocou na bola pois a equipe já estava desgastada. Nota: 5,5. (RB)
Arrascaeta: Finalmente, depois de muito tempo tivemos um jogador em campo, ao menos bastante ativo com e sem a bola. Lado negativo, errou muitos passes. Agora é aguardar se a sequência de jogos será desse nível ou ainda melhor. Nota: 7,0. ↪️Alcaraz: Entrou no finalzinho, mas teve chance de fazer o segundo gol na boa jogada dele próprio. Nota: 6,0. (SR)
Bruno Henrique: Teve lampejos de ser AQUELE Bruno Henrique. Incomodou muito a defesa do Corinthians, teve chances de gol e deu o passe para o gol de Alex Sandro. Nota: 8,0. ↪️ Michael: Entrou no fim, sem ritmo nenhum. Mas sua volta é importante para o time. Nota: 6,0. (MP)
Gabigol: É atacante de facão, passagem e trama. Um centroavante complexo para sistemas refinados de jogo. O gol anulado exemplifica bem o quanto ainda Gabriel Barbosa pode fazer história… em outro clube, caso não renove com o Flamengo. Ótima partida, a melhor desde, bem, desde muito muito tempo. Nota: 7,0. ↪️ Plata: Mal pegou na bola. Sem Nota. (DA)
🏆 Filipe Luis: O Flamengo é para quem ama, deixa ser amado, ou quer ser amado, quem quer estar aqui por estar, nem deveria aparecer por aqui. Filipe Luis com mexidas simples ajustou o modelo de jogo para jogar, como diria o Velho: “À Flamengo”. Um time intenso, com marcação forte, triangulação, aproximação, toque de bola, saída por baixo sem bola longa para brigar e sobrar para os “externos desequilibrantes”, e com isso colocou a torcida no jogo e criou o ambiente que o Maracanã em noite de Flamengo no mata-mata que a torcida adora. Uma estréia promissora que prossiga assim. Nota: 10,0. (MM)
O que deu certo: A postura do Flamengo foi exemplar. A estreia de Filipe Luís trouxe de volta a marcação alta bem encaixada que estávamos com saudades de ver. (MP)
O que deu errado: Perdemos muitas chances de gol. Algumas por méritos do goleiro adversário, outras por erros nossos. Mas é bom voltar a ter só isso para reclamar. (MP)
As análises das atuações dos jogadores foram feitas por Carol Boueri, Miguel Peters (MP), Ricardo Bitencourt (RB), Sandro Henrique, Luiz André, Marcio Marcondes, Sérgio Ribeiro, Danton Freitas e Diogo Almeida (DA).