Nome forte, Reinaldo Rueda não é descartado por Rodrigo Caetano e rumores ganham força
O Flamengo, por meio de coletiva de imprensa com Rodrigo Caetano, falou abertamente sobre a demissão do ex-treinador Zé Ricardo, que aconteceu horas após a derrota por 0 a 2 diante do Vitória. A partida ficou marcada pelo baixo desempenho da equipe, na contramão das exibições contra Corinthians e Santos quando, apesar do time não ter conseguido bons resultados, tiveram pontos positivos.
Foram 15 meses como treinador da equipe principal. Ao todo colecionou 47 vitórias, 23 empates e 17 derrotas e encerrou sua passagem com o bons 62,2% de aproveitamento. Apesar de poucos, os reveses foram determinantes para a sua queda. Em 2017, péssimos resultados fora de casa tiraram a equipe do seu objetivo principal: a Libertadores. Recentemente, uma dura goleada quase eliminou a equipe da Copa do Brasil, e sucessivos tropeços deixaram o time distante da briga pelo título do Brasileirão. A diretoria do Flamengo já mapeia o mercado de treinadores visando um profissional com boa "metodologia de treinamento e perfil de liderança", nas palavras de Rodrigo Caetano. Entre os nomes mais ventilados, estão os de Roger Machado, que já teria dito "não" logo no primeiro contato, segundo informações da grande imprensa do país, e do colombiano Reinaldo Rueda, que entre 2015 e 2017 foi campeão colombiano duas vezes, além de ter conquistado uma Copa da Colômbia, uma Libertadores e uma Recopa Sul-Americana. Aos 60 anos, participou de 2 Copas do Mundo e treinou três seleções nacionais (Colômbia, Honduras e Equador).
O nome do colombiano, inclusive, não foi rechaçado pelo diretor de futebol do clube, que em dado momento disse não ter preconceito com idades, seja ela qual for. Além disso, afirmou que a vinda de um estrangeiro seria visando um projeto de médio-longo prazo, sem grandes garantias em um primeiro momento por questões de adaptação e tudo mais. Rueda é o nome mais pedido nas redes sociais, e a grande mobilização do torcedor já provou surtir efeitos, apesar de Rodrigo Caetano ter negado: "Procuramos nomes que atendam a torcida e não que venham da torcida. Não me lembro do Flamengo ter contratado alguém se pautando pela torcida". Na noite desta segunda, a Rádio Caracol, veículo de boa reputação da Colômbia, disse já haver acerto entre treinador e clube. A rádio foi a primeira a relatar o acidente envolvendo o avião que transportava a delegação da Chapecoense e, mais recentemente, foram os primeiros a cravarem a ida de James Rodriguez para o Bayern de Munique.
A ideia de um treinador de fora ainda é, contudo, vista com cautela por especialistas. Recentemente nomes como os de Diego Aguirre, Juan Carlos Osório, Edgardo Bauza, Ricardo Gareca, Paulo Bento, entre vários outros, não tiveram grandes desempenhos e pouco tiveram tempo pra impor uma nova filosofia ou algo do tipo. No entanto, conseguiram sucesso em outro clubes do continente, alguns com menos dinheiro, infraestrutura pior do que a maioria dos clubes do Brasil. Bauza foi bem à frente de San Lorenzo e LDU e Osório com o Atlético Nacional (Rueda foi o seu substituto) foram exemplos de sucesso em outros clubes sul-americanos.
PONTOS POSITIVOS PARA RUEDA
O seu Atlético Nacional jogava bonito. Com a característica de esperar a hora certa para tentar marcar e sendo uma equipe muito obediente taticamente, sabia envolver o adversário e ser sempre cruel. Tinha como pontos fortes a saída de bola e os bons lançamentos de Sebastián Pérez, características semelhantes às de Cuéllar, além de meias como Macnelly Torres e Alejandro Guerra, habilidosos e técnicos, assim como temos Diego, Éverton Ribeiro e, quem sabe, Conca.
Rueda soube aproveitar muito bem a potência física de Berrío e seu time sabia usar bem as pontas. O Flamengo de Zé Ricardo joga abusivamente pelos lados do campo e mais erram do que acertam. Caso o treinador colombiano corrija isso, pode vir a ser uma grande arma da equipe. No ataque vem a maior diferença, já que Borja era definidor e Guerrero tem outros pontos fortes que não o faro de gol.
Rueda tem tudo que Zé Ricardo tinha de positivo, só que tudo isso ainda melhor. Fora experiência e respaldo, aos 60 anos é o famoso "copeiro", já que ganhou 6 títulos em 7 finais. O grande problema poderia ser adaptação, mas ele já disse outra vez que era fã de Telê Santana e que também estuda o futebol brasileiro. Com o elenco que o Fla tem, basta uma boa organização, sem mudanças radicais até o fim do ano, para quem sabe ainda conquistar a Copa do Brasil e Copa Sul-Americana neste ano, além de terminar o Brasileirão com um segundo turno que mereça aplausos.
Rueda tem se "reciclado" na Europa, e vem acompanhando de perto a metodologia de Carlo Ancelotti à frente do Bayern de Munique. Por fim, termino com uma frase do nosso blogueiro Diogo Almeida, que disse: "o melhor (treinador do continente) precisa estar no maior".
*Créditos da imagem destacada: Marcos Ribolli
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Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...