Newsletter para sócios publica editorial contra leilão de terreno
Na segunda-feira (29), o Conselho Deliberativo do Flamengo vota para aprovar, ou não, a compra do terreno do gasômetro no leilão que acontece na quarta (31), para, posteriormente, levantar seu estádio próprio. Mas ao contrário do que se pensa sobre uma aprovação quase unânime, diversos votos negativos podem acontecer.
Principalmente se os conselheiros derem ouvidos a uma newsletter publicada contra a aquisição do terreno. Uma página no Instagram, intitulada Urubu Repórter, aceita apenas sócios proprietários do clube como seguidores, e o MRN teve acesso a um texto publicado indo contra o estádio do Flamengo no gasômetro.
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Isso porque o perfil alega que a desapropriação do terreno tem “o fim específico de construção de um estádio de futebol com alta capacidade e obriga ganhador da oferta a pelo menos 11 intervenções arquitetônicas e urbanísticas de alto custo.
Essa é a preocupação do autor da newsletter, que se atenta ainda para “alagamentos, vive o mergulhão Marcelo Alencar, uma das obras mais complexas e caras já realizadas na cidade”, próximo ao terreno que será leiloado. A publicação destaca a fala de Eduardo Paes (PSD), que afirmou: “O Flamengo não vai fazer só um estádio, vai ser um lugar de entretenimento, vai ter centro de convenções, já exigi isso do Flamengo”.
‘Presente de grego’: grupo teme obrigações para estádio do Flamengo
A frase de Paes despertou o temor desses sócios de que “aceitar obrigações, as quais, não tem o mínimo planejamento nem a menor ideia do custo” possa gerar problemas ao clube, se posicionando sobre o terreno do gasômetro, que teve edital publicado montado e direcionado para a construção do estádio do Flamengo, como um “presente de grego”.
O grupo entende que trata-se de uma “aventura”. Além disso, dizer “sim” significaria “dar um salto no escuro”. A mensagem afirma que é uma “verdadeira irresponsabilidade administrativa com fins eleitoreiros”
Também é destacada a problemática para se livrar do terreno. Isso porque existem opiniões que se baseiam na possível venda caso o gasômetro se torne um problema para o clube, indo de “sonho” para “pesadelo”, segundo o Urubu Repórter. Mas a mensagem faz o alerta: “Não vende. Não é um terreno livre e desimpedido que terá valor líquido no patrimônio do clube, com ampla gama de uso e vários interessados. É um imóvel carimbado em uso e responsabilidades”.
Por fim, a página alega se tratar de “um terreno engessado com obrigações de custos ainda não conhecidos, o que pode levar o Flamengo a uma das suas maiores armadilhas financeiras de sua história”. Eles encerram garantindo que são favoráveis ao estádio do Flamengo, mas não a qualquer custo. Leia na íntegra:
Além da compra, Landim quer carta branca no leilão do terreno
A compra do terreno do gasômetro não será o único aspecto votado na reunião do Conselho Deliberativo. Isso porque o presidente Rodolfo Landim também pede “prudente arbítrio“. Ou seja, ele deseja ter o poder de subir a oferta caso seja necessário.
Não existem outros interessados e é improvável que o Flamengo tenha concorrência. Mas caso precise, Landim quer poder dar lance superior ao mínimo de R$ 138 milhões. Rodrigo Dunshee, porém, já estipulou o valor de R$ 148 milhões como teto, afirmando que o clube não vai chegar aos sonhados R$ 250 milhões pela Caixa no leilão do terreno.