Não há caminho para o Flamengo que não passe pela demissão de Tite
Analisando só no papel, até que faria sentido. Um time com grandes nomes, grande orçamento, grandes ambições. E um técnico que ganhou o último título mundial de um clube brasileiro, que disputou duas Copas do Mundo, que passou oito anos na seleção.
Mas assim como aconteceu com vários outros projetos que pareciam muito promissores no campo conceitual, como o navio Titanic ou a adaptação para o cinema do musical Cats, é só quando desce o pesado porrete da realidade que você vê quanto vale a sua teoria.
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E no caso de Tite e do Flamengo ficou claro que um título grande em 2012 não te qualifica como treinador em 2024, que algumas pessoas não ganham copas por um bom motivo, que às vezes o cara que sabe extrair o máximo de equipes limitadas pode ser também o que não consegue extrair nada de um dos elencos mais fortes do continente.
Porque, como ficou claro na derrota lamentável do Flamengo para o Penarol nesta quinta-feira, o famigerado Adenor Bacchi não tem a menor condição de seguir no comando do rubro-negro, e qualquer possibilidade de ainda brigar por títulos nessa temporada passa, inquestionavelmente, pela sua demissão.
Isso porque, independente do calendário absurdo ou das lesões em proporções quase bíblicas, a realidade é que o Flamengo de Tite pratica um futebol pobre, limitado e previsível. É a mesma bolinha na ponta, é a mesma ausência de criatividade pelo meio, são as mesmas falhas na defesa.
Fruto da má fase de alguns jogadores e da ausência de certas peças? Claro, mas acima de tudo fruto da incapacidade de Tite de mudar, se adaptar, de montar a equipe de acordo com as peças que ele tem e não pelas convicções com as quais ele parece disposto a morrer abraçado.
Como ficou claro na decisão de deixar Léo Ortiz, atualmente nosso melhor volante, fora do onze inicial, Tite, quando obrigado a escolher entre ser feliz ou ter razão, optou, sem hesitar, por estar errado e ser infeliz. E quem pagou o preço fomos todos nós.
Então sim, é a hora de demitir Adenor. Porque ainda que um novo técnico não ofereça nenhuma garantia de título, é evidente que com Tite nada vai mudar, pelo simples fato de que ele já se mostrou incapaz de mudança.
Adenor não vai alterar o esquema, Adenor não vai recuperar Gabigol, Adenor não vai consertar a defesa. Adenor vai apenas insistir em Carlinhos, vai confiar em Varela, vai quem sabe dar mais chances pra Allan, e quando estivermos eliminados de Libertadores e da Copa do Brasil, talvez numa quinta colocação do Brasileiro, ele vai, ao lado do filho, dar uma contundente entrevista reclamando do calendário e falando que mais do que os resultados, o importante pra ele é o ser humano.
Cabe ao Flamengo demitir este homem antes que isso aconteça.