“O mundo muda, mesmo que você continue o mesmo”
A frase é de Begbie, um psicopata interpretado pelo ator Robert Carlyle no filme escocês Trainspotting. Tem sido assim ultimamente após os jogos do Flamengo. Imediatamente depois do apito final coloco um filme, escolhido com antecedência.
As atuações medíocres do time nas vitórias desvalorizam os três pontos, os empates são desgastantes, e as derrotas no mínimo traumáticas. As redes sociais se tornam um esgoto de amargura, rol de ideias extravagantes e arquibancada de ira juvenil.
A sétima arte faz dissipar a raiva. O clássico de Danny Boyle é um dos meus filmes favoritos. A história fragmentada, a filmografia revolucionária pré YouTube, o surrealismo de algumas cenas e o drama dos amigos drogados e fãs de George Best serão sempre revisitados por este que vos fala. O domingo acabou e no tédio de outra segunda-feira sem alegrias em campo, vamos falar da terceira rodada do Brasileiro-2017.
Sobre o jogo de ontem, variações sobre o mesmo tema. Na Arena da Baixada o Flamengo não muda, mesmo que o mundo inteiro mude.
Na toada da mesmice, lá estão os atores canastrões Márcio Araújo, Rafael Vaz e Alex Muralha representando para quarenta milhões de telespectadores. O diretor Zé Ricardo parece ser adepto do gênero trash movie em campo.
O nosso velho hábito de saber que uma hora vai dar ruim
Fez gol, furou a rede. Você aí pensou que ia vencer o jogo? Na boa? Não acredito. Para de fazer ceninha de torcedor fuderoso. Eu, você, o Brasil todo sabia que ou o Atlético ia empatar ou, até mais provável, iria virar o jogo e vencer.
E foi isso que aconteceu, pelo alto novamente, o décimo-primeiro gol de vinte e dois tomados, com falha de Rafael Vaz, com falha de Alex Muralha. Não dá mais para continuar escalando este dois jogadores. Depois do jogo da classificação sem-vergonha na Copa do Brasil, Zé Ricardo teve o momento de promover mudanças. Pelo menos uma.
O primeiro problema do time hoje se chama Alex Muralha. Ontem salvou algumas vezes, entretanto não consegue mais sair de campo sem fazer uma trapalhada.
Rafael Vaz é o segundo problema, e ontem fez com o nosso Muralha a mais famosa dupla de comediantes da temporada, que já nos rendeu o prêmio a Copa Sul-americana como prêmio de consolação.
O terceiro problema é Márcio Araújo, que ontem jogou ao lado de um Cuéllar esbanjando maior autoridade e categoria, principalmente quando o time deixou de ser o covarde do primeiro tempo e jogou a bola que tem medo de jogar, na etapa final.
Hoje o Fla seria líder não fosse a falha na marcação ao Thiago Heleno. Algumas semanas se passaram daquele jogo que o mesmo Thiago Heleno, na mesma Arena da Baixada, também após um escanteio e cabeceando novamente, fez um gol no Flamengo. Tudo igual.
Está na hora de trocar peças, Zé. Coloca o menino Thiago no gol. Juan ou Léo Duarte na zaga. No aguardo de Donatti. Nossa intermediária é o epicentro, o pêndulo do nosso relógio tático que não está trabalhando com eficiência: saca logo o Márcio Araújo. Não venceremos nada de importante -- jogo ou competição -- com ele à frente da zaga. Precisamos de boa saída. Precisamos de Cuéllar como titular no lugar de Márcio Araújo. E se Arão não melhorar com a companhia do colombiano, é chegada a hora de Ronaldo. Quanto a Rômulo, é jogador para entrar no decorrer dos jogos, nítido está que 2017 é uma temporada de reafirmação, após tantos problemas físicos nos últimos anos.
Um planejamento para a meta rubro-negra ainda dar certo este ano
Thiago no gol contra o Botafogo sim! Ou teremos frango, falhas ou gols de bolas defensáveis (sim, há diferenças nos termos) de Alex Muralha. É pelo bem dele. Está se queimando com a torcida após cada jogo. O negócio é testar Thiago. Se não der certo ou apenas razoavelmente certo (sim, há diferenças nos termos), que se traga outro.
Tantos são os nomes especulados. Começo a achar uma boa a vinda de Júlio César e sua personalidade. Errado será se a Comissão Técnica estiver no aguardo da chegada de um novo goleiro para sentar Muralha. Thiago é o reserva que precisa, por questão de justiça, ser testado de forma consistente, leia-se mais de três jogos.
O comentário do leitor (post anterior: Atlético-GO 1 x 2 Flamengo)
Bruno Tozzi Dutra
Próximo personagem? Mozer. Qual é o papel dele na comissão técnica? Se é transmitir o significado de jogar no Flamengo, também não está conseguindo.
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Você é mais um torcedor atormentado? Claro que sempre alguns outros pontos ficarão de fora do post. E é aí que eu conto com você também. O que você mais te incomodou no jogo entre Flamengo e Atlético-PR, mesmo com os três pontos na conta? Escreva no campo de comentários abaixo. Vou escolher a melhor resenha, que será publicada no próximo post!
SRN
Imagem destacada nas redes sociais: Staff Images / Flamengo
Diogo Almeida é um boleiro que aprendeu a falar difícil. Escreve no Cultura RN quando consegue colocar as ideias no lugar. Siga-o no Twitter: @DidaZico.
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