Museu do Flamengo está sem curador há mais de um ano, aponta jornalista

Atualizado: 02/07/2025, 18:36
Espaço em homenagem ao título mundial de 1981 no Museu do Flamengo

O projeto de consolidação do Museu do Flamengo como um dos principais pontos turísticos e culturais do Rio de Janeiro enfrenta um período de indefinição.

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Segundo o jornalista Tulio Rodrigues, do blog "Ser Flamengo", o museu tem operado sem curador há mais de um ano e seu plano de expansão, aprovado anteriormente pelo Conselho Deliberativo, está sob risco devido a um novo interesse comercial da diretoria do clube para o espaço.

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A função de curador, essencial para a gestão e narrativa de um acervo histórico, está vaga desde o falecimento de Eduardo Vinícius, em 27 de junho de 2024. Vinícius ocupava o cargo desde a inauguração do espaço, em agosto de 2023.

A indicação de um novo profissional é uma responsabilidade do clube, que deve atuar em conjunto com a Mude Brasil, empresa que administra o museu.

As atribuições de um curador incluem desde a seleção e contextualização das peças em exposição até a organização de mostras, a preservação do acervo e a garantia de que a comunicação com o público seja eficaz.

Espaço para expansão deve virar academia

A operação do museu é regida por um contrato de parceria com a Mude Brasil, válido até 2033. Segundo Tulio, a empresa financia toda a operação por meio de patrocínios privados e leis de incentivo, sem custos diretos para o Flamengo.

Em contrapartida, o Patrimônio Histórico do clube é responsável pelo acervo, pesquisa, documentação e, crucialmente, pela curadoria.

O ponto mais crítico é o futuro do segundo andar do prédio. O plano original, que data de 2018, previa a expansão do museu dos atuais 1.200 m² para um total de 2.000 m². No entanto, a gestão atual avalia alugar esta área para a instalação de uma academia.

O vice-presidente de Patrimônio Histórico, José Antônio da Rosa, confirmou a existência de negociações com três empresas do setor. Segundo as informações, medições já foram realizadas no local na última segunda-feira, 30 de junho, para estudos de viabilidade do novo empreendimento, indicando que a proposta comercial está em fase avançada de análise.

Cronologia do Projeto

  • Março de 2018: na gestão de Eduardo Bandeira de Mello, o Conselho Deliberativo aprova o projeto para expandir a área dedicada ao patrimônio histórico de 300 m² (Fla Memória) para 2.100 m².

  • Julho de 2019: o Conselho aprova um aditivo no contrato com a Mude Brasil para viabilizar o projeto do museu.

  • Novembro de 2021: a gestão de Rodolfo Landim anuncia o início das obras, com patrocínios de grandes empresas e previsão de inauguração para julho de 2022.

  • Agosto de 2023: o Flamengo inaugura a primeira fase do museu, com 1.200 m², e mantém a promessa de futura expansão para 2.000 m².

Contexto político e turístico

A possível mudança de rumo contrasta com declarações feitas durante a campanha eleitoral. Luiz Eduardo Baptista (Bap), então candidato, incluiu em seu plano de governo a meta de "valorizar o Museu do Flamengo, buscando torná-lo um dos pontos turísticos relevantes do Rio" e, futuramente, "um dos cinco pontos turísticos mais importantes do estado".

A relevância do local foi recentemente chancelada pelo poder público. Em abril de 2024, por meio de um projeto de lei do ex-vereador Marcos Braz, que foi dirigente do clube, o Museu do Flamengo foi oficialmente incluído no roteiro turístico da cidade do Rio de Janeiro.

Diante dos fatos, o futuro do museu se encontra em uma encruzilhada: de um lado, a execução do projeto original de expansão cultural; do outro, a geração de uma nova receita por meio do aluguel do espaço. A decisão da diretoria definirá o próximo capítulo da história do local que preserva a memória rubro-negra.