O primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste domingo (5), abordou o racismo da torcida do Fluminense contra o Flamengo em uma de suas questões. No dia das provas de linguagens, ciências humanas e redação, os estudantes leram sobre o racismo na ótica do clássico Fla x Flu, e a tentativa de mudança de comportamento da torcida rival.
A música em questão, cantada pelo Fluminense há anos, chama o torcedor do Flamengo de “Mulambo imundo”, termo de origem racista. Na pergunta, o estudante precisa refletir sobre qual seria a mudança no comportamento social presente no tema. Veja abaixo.
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“A torcida do Fluminense inicia um movimento para mudar uma das músicas mais populares das arquibancadas tricolores. Grupos pedem a remoção do termo “mulambo imundo”, em provocação direta ao Flamengo. Mulambo é um termo que surgiu em Angola, na época da escravatura, e eles eram chamados de mulambos pelos senhores de engenho, os patrões das fazendas. Qual mudança no comportamento social a proposta reportada no texto reflete?”
Conforme versa o gabarito extraoficial, a resposta correta, dentre todas as opções, é: “condenação do preconceito racial”.
Enem reforça racismo contra o Flamengo
Prova mais importante do país, o Enem reforça que utilizar o termo “mulambo” para se referir aos torcedores do Flamengo é sim um ataque racista. Nos últimos anos, com o advento das redes sociais e com o tema ganhando cada vez mais holofotes, torcedores rivais passaram a fazer “malabarismos” para defender o seu elitismo e os ataques aos rubro-negros.
A nova versão defendida por eles é que “mulambo” não teria conotação racista, e que significa “maltrapilho”, “sujo”, “largado”. Apesar da tentativa de mudança de comportamento, citada na questão do Enem, a torcida do Fluminense segue cantando a referida música, e torcedores continuam “passando pano” para o problema nas redes sociais.
Após toda a repercussão com a questão do Enem, por exemplo, torcedores do Fluminense trataram o assunto como “problematização”, e resgataram um vídeo onde o atacante John Kennedy provoca o Flamengo com o cântico racista.
28 anos, jornalista formado na FACHA. Sou apaixonado pelo Flamengo e esportes em geral, mas com foco no futebol e basquete.