A primeira atitude para se mudar os resultados de nossas ações é revisitá-las. Ao revisitá-las, precisamos estar com nossa visão sem filtros, precisamos estar despidos de preconceitos (no sentido literal da palavra), precisamos estar preparados para enxergar erros. Porque se os resultados das nossas ações não são os que esperávamos (e até quando são), os erros existem.
No Flamengo, gigante em torcida, encantador na mídia e que conquistou a excelência administrativa e financeira que parecia intangível, reconhecer erros parece ser uma punição mais pesada do que os dirigentes podem suportar.
Reconhecer erros não cabe na teimosia, arrogância e prepotência que se iniciou no alto escalão do clube e não tardou em chegar no departamento de futebol.
Antes disputávamos na parte intermediária das tabelas e, hoje, disputamos na parte de cima, sempre como um dos favoritos. Essa afirmação é tão verdadeira quanto a certeza que, com os investimentos feitos, poderíamos chegar muito mais longe e jogar um futebol que nos enchesse de orgulho. Estamos longe disso.
O que chateia o torcedor é que ele, mesmo sem formação futebolística, sem capacitação na área, já identificou os erros. E os que comandam o Flamengo insistem em não admitir. Porque enxergar, tenho certeza que enxergaram.
Então não é difícil identificar os culpados. Não é difícil sanar os problemas. É possível fazer as mudanças que darão nova cara ao time, que transformarão um elenco acima dos padrões nacionais em um elenco vitorioso.
Estamos perto de algo maravilhoso, de termos uma soberania real e merecida pelo trabalho desenvolvido fora de campo. Mas o futebol não é detalhe. Enquanto os erros forem tratados como falta de sorte ficaremos no quase.
O Flamengo e sua torcida não conhecem, não aceitam e não merecem o quase.
Felipe Foureaux escreve todas as quintas-feiras. Siga-o no Twitter: @FoureauxFla
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