MRN Tático #7 - Filipe Luís e a Mentalidade Zonal

23/02/2022, 11:02
Filipe Luís e a mentalidade zonal

Integrante da “geração 85”, Filipe Luís é atualmente um dos jogadores mais experientes do atual elenco do Flamengo. A princípio, o jogador de 36 anos passaria a ter mais dificuldades para proteger o corredor lateral devido a queda física ao decorrer da idade.

Contudo, Filipe possui um indicador de desempenho no qual consegue lidar mais facilmente com este problema: a mentalidade zonal. Mas antes de mais nada: o que é mentalidade zonal?

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O que é mentalidade zonal?

Dentro do estudo e análise do futebol, a Mentalidade Zonal pode ser definida como a capacidade de mapear espaços e dividir referências em relação aos seus adversários dentro de uma região do campo. Como resultado, visa obter êxito antecipando ou retardando as ações do seu opositor.

É possível identificar este fundamento no momento ofensivo ou defensivo. Ou seja nos períodos com e sem bola.

Nesse sentido, Filipe Luís domina com maestria este indicador de desempenho na fase defensiva. O lateral está a todo momento dividindo referências entre mais de um adversário.

Enquanto precisa responder às ações do portador da bola, ao mesmo tempo precisa identificar movimentos de outros opositores buscando desmarques de ruptura às suas costas ou em profundidade.

Dessa forma, além de conseguir identificar seus adversários com e sem bola dentro de um espaço no qual ocupa, está pronto para tomar diversas tomadas de decisão diferentes relativas as dinâmicas entre eles.

Existem várias situações onde este fundamento pode ser identificado e interpretado dentro do campo, porém vamos utilizar um exemplo que é muito comum no Brasil para ilustrá-lo: a bola no segundo pau.

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Filipe Luís protegendo o segundo pau

Conforme coleta de dados realizada pelo analista de desempenho Bruno Pet, cerca 16% de todos os gols do Brasileirão 2020 foram oriundos de cruzamentos na segunda trave. O número corrobora com a constatação que os laterais brasileiros possuem muita dificuldade para defender suas costas em bolas cruzadas na área.

Um exemplo dessa dificuldade foi ilustrada no duelo entra Atlético-MG x Flamengo pela Supercopa do Brasil. Rodinei não conseguiu dividir referência entre o cruzamento de Ademir pela esquerda e a Vargas no segundo pau.

O atacante chileno explorou o espaços às costas do lateral rubro-negro e serviu Hulk para marcar o segundo gol atleticano no confronto.

Nesse sentido, Filipe Luís passou por situações idênticas pelo lado esquerdo em cruzamentos de Keno buscando Savarino pelo lado esquerdo. Ao passo que Rodinei mantém o contato visual pleno ao portador da bola, por outro lado Filipe Luís busca sempre que possível identificar seu opositor as costas e dificultar sua ação após o cruzamento.

Confira alguns lances que ilustram isso no material produzido pelo perfil Mais Que Torcedor:

Por fim, apesar das dificuldades em manter um condicionamento físico ao fim da carreira, Filipe Luís consegue mitigar esse problema através de sua mentalidade zonal.


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