MRN Live Entrevista: José Rodrigo Sabino, ex-vice-presidente de marketing do Flamengo
Vice-presidente de marketing do Flamengo entre junho de 2015 e julho de 2016, quando assumiu o cargo de CEO da Primeira Liga, José Rodrigo Sabino participou do MRN Live desta semana. Ao longo da entrevista, o ex-diretor de Marketing da Lafarge Cimento, empresa parceira do Rubro-Negro na construção do Ninho do Urubu, falou sobre o trabalho na Liga, marketing esportivo e, é claro, Flamengo.
https://www.youtube.com/watch?v=th_dOVbbcl8
O programa foi apresentado por Diogo Almeida e contou com as participações de Bruno De Laurentis e Bruno Baesso, apoiadores do Mundo Rubro Negro.
Confira alguns trechos do programa
Trabalho na Primeira Liga
A Primeira Liga foi um projeto espetacular. A minha motivação ao assumir esse desafio foi porque eu realmente acreditava no projeto. Tivemos uma janela para construirmos uma relação com os clubes para fazermos alguma coisa diferente. Seria o embrião da primeira liga privada do Brasil, como há nos Estados Unidos e está começando a acontecer na Europa. É um conceito diferente. A Primeira Liga veio com essa ideia. Mas existiu uma resistência muito forte por parte das das entidades estabelecidas (federações estaduais).
Crise interna na competição
Com as mudanças nos calendários da Libertadores, Sul-Americana e Copa do Brasil, que passaram a ser disputadas ao longo de toda a temporada, foi sufocada a chance de ter um torneio adicional. A ideia da Primeira Liga era reduzir o número de jogos em relação aos estaduais e proporcionar um torneio mais rentável e atrativo para os torcedores. Mas o calendário ficou muito complicado para o negócio evoluir.
Quando os clubes maiores que estavam na Liga começaram a disputar essas outras competições, a motivação de deixar a Primeira Liga viável diminuiu. Se tinha uma coisa que sustentava a Primeira Liga era o desejo dos clubes de fazer o torneio acontecer. Quando isso acabou, o negócio esfriou.
Trabalho no marketing do Flamengo
O departamento de marketing de um clube, principalmente no caso do Flamengo, engloba não apenas as atividades de marketing, mas também a parte comercial. Quando entrei, tentei entender como a pasta estava estruturada. Foi feito um trabalho de bastidores, que muitas vezes não tem tanta visibilidade, mas que ajudou para que o clube tivesse uma estruturação e uma solidez no seu dia-a-dia, antes de evoluirmos para os números que temos hoje nos ativos do Flamengo.
Investimento de empresas no futebol
Há uma preocupação das empresas na hora de investir em clubes. No Brasil, principalmente, é difícil ver empresas multinacionais patrocinando times de futebol, diferente do que acontece em outros países americanos. Na minha visão, isso aconteceu por causa da imagem desgastada das pessoas que tocavam a parte comercial dos clubes.
A maior parte das empresas que investem em futebol no Brasil são estatais, como no caso da Caixa, empresas de capital nacional de menor porte ou movidas a paixão, como no caso da Unimed e da Crefisa.
Busca de patrocinadores para o Fla
Você vender um clube de futebol não é uma coisa muito fácil, como parece. As empresas no Brasil são diferentes do resto no mundo. A marca Flamengo é muito forte, mas há uma dificuldade para as conversas evoluírem. O perfil é limitado: estatais, dono torcedor...
Fizemos um trabalho de bastidores e de construção de imagem. Visitei mais de 40 empresas para mostrar o novo modelo de gestão do Flamengo. Não acredito em salvadores da pátria, o que faz a diferença é você ter um time muito bem estruturado. Foi isso que construímos no período em que estive à frente do marketing do Flamengo.
Momento atual do Flamengo no Mercado
O Flamengo está em outro patamar em termos de credibilidade. Mas ainda estamos inseridos no "mundo futebol brasileiro.
Óbvio que brigar em cima ajuda muito. A TV mostra mais. As empresas gostam. É melhor. O crescimento das redes sociais foi um golaço. Um ativo valiosíssimo. Infelizmente não traduzimos em título o trabalho de estruturação.
Eleição do Flamengo
Em relação à eleição, não vejo a polarização atrapalhando o marketing. Acho que o processo político é mais uma autofagia rubro-negra. O melhor seria costurar uma chapa única.
Carabao
O Flamengo se resguardou institucionalmente. Ainda que não tenha migrado para o patrocínio master. Infelizmente eles tiveram problemas de distribuição. Mas hoje eles são reconhecidos no Brasil. Gera demanda espontânea e mostra a força do Fla.
Imagem destacada no post e nas redes sociais: Divulgação
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