Andrade, 63: lembre 10 momentos marcantes da trajetória do ídolo rubro-negro

21/04/2020, 11:46

Há exatos 63 anos, em 21 de abril de 1957, nascia em Juiz de Fora Jorge Luís Andrade da Silva, que entraria para a história como um dos maiores e mais vitoriosos ídolos do Clube de Regatas do Flamengo. Para marcar esta data, o MRN lembra 10 momentos marcantes da trajetória de Andrade no Flamengo:

A ESTREIA

Como se num sinal de destino, a estreia de Andrade no Flamengo se deu num jogo histórico: o amistoso em 6/10/1976 no qual o Flamengo derrotou por 2×0 a seleção brasileira, com gols de Paulinho e Luiz Paulo. O jogo é marcado por outra curiosidade: então com 19 anos, Andrade entrou na partida justamente no lugar do zagueiro Jayme de Almeida. Décadas depois, os dois seriam técnicos de títulos nacionais do Flamengo: Andrade do hexa Brasileiro em 2009 e Jayme, do tri da Copa do Brasil em 2013.

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A CONSOLIDAÇÃO

Após a estreia, Andrade teve um destino insólito. Foi emprestado por duas temporadas para o futebol venezuelano, no Universidad Los Andes, de Mérida. Voltou em 1979 a tempo de se integrar à geração mais vitoriosa do clube. Já no ano da volta ganhou dois Estaduais no mesmo ano, um feito inédito que mostrava seu gene de campeão, e no ano seguinte, ajudou o Flamengo a conquistar o primeiro Brasileiro.

O GOL HISTÓRICO

Em mais um sinal de que era um predestinado, coube a Andrade, camisa 6, marcar o gol que desentalou um grito que há 9 anos estava preso nas gargantas rubro-negras. Em 1972, no dia do aniversário do clube, o Botafogo aplicou uma das mais dolorosas derrotas da história do Flamengo, derrotando o Flamengo por 6×0. A torcida alvinegra carregava faixas lembrando a goleada para cada clássico. Até que em 8 de novembro de 1981 Andrade, aos 42 minutos do segundo tempo, marcou o sexto gol do jogo do troco: Flamengo 6×0 Botafogo. Ao lado de Mozer e Adílio, ele ainda foi um dos remanescentes daquele time que, quatro anos depois, participou de outra goleada histórica na qual o Flamengo saldou de vez a dívida de 1972, sapecando 6×1 no Botafogo.

A ESCALAÇÃO MAIS MARCANTE

Raul, Leandro, Mozer, Marinho, Júnior, Andrade, Adílio, Zico, Tita, Nunes e Lico. Qualquer rubro-negro sabe o que esses 11 nomes, ditos nesta ordem, significam. Mas o que alguns não sabem é que esta escalação só começou quatro partidas pelo Flamengo. Uma delas, em 13 de dezembro de 1981, tornou esse onze imortal. Naquele dia, o Flamengo derrotou em Tóquio o Liverpool por 3×0 e conquistou o maior título de sua história, o Mundial Interclubes.

Mundial 1981 | Wiki | Clube De Regatas Do Flamengo Amino

ASSISTÊNCIA PARA A HISTÓRIA

Andrade atravessou gerações vitoriosas no Flamengo. Em 1987, ele teve um papel fundamental na conquista do tetracampeonato brasileiro: foi dele o passe para o gol do título, de Bebeto, na partida contra o Internacional no Maracanã. Ao lado de Zico, ele era o único remanescente da geração tricampeã brasileira naquela equipe.

A DESPEDIDA

Em 1988, após dez temporadas seguidas no Flamengo, Andrade seguiu os passos de outros ídolos campeões mundiais: foi para o futebol italiano, no caso, a Roma. Em 1990, ele ainda disputaria dois amistosos pelo Flamengo, incluindo o da despedida de Zico. Ao todo, Andrade vestiu 570 vezes o manto – é o quinto jogador com mais partidas pelo Flamengo, atrás de Junior, Zico, Adílio e Jordan. Marcou 29 gols e conquistou quatro Cariocas, quatro Brasileiros, uma Libertadores e o Mundial.

O BOMBEIRO

Após rodar por clubes pequenos até o fim dos anos 90, Andrade começou uma nova carreira à beira dos gramados e foi trabalhar no Flamengo. Passou pela base e se tornou auxiliar técnico permanente do clube. Em 2004, após passagens fracassadas de vários nomes, coube a ele o papel de bombeiro para evitar que o Flamengo fosse rebaixado à Série B, e Andrade cumpriu. O time escapou na última rodada com uma goleada de 6×2 contra o Cruzeiro.

A EMOCIONANTE QUEBRA DE TABU

Em 2009, Andrade mais uma vez foi chamado para assumir o Flamengo como bombeiro. Mas a sina de simples interino começou a mudar num jogo na Vila Belmiro, no qual o Flamengo quebrou um tabu de 33 anos sem derrotar o Santos no seu estádio. Além da vitória, o jogo ficou marcado pelo choro de Andrade ao final, homenageando o amigo Zé Carlos. O goleiro campeão brasileiro de 1987 havia morrido precocemente naquela semana, vítima de um câncer.

O HEXA

Confirmando a sina vitoriosa de Andrade, em 6 de dezembro de 2009, após uma impressionante campanha de recuperação – saindo da metade de baixo da tabela e descontando 14 pontos para o líder Palmeiras em menos de um turno – o Flamengo quebrou um jejum de 17 anos e voltou a ser campeão brasileiro. Andrade se tornou o único pentacampeão brasileiro pelo Flamengo, superando Júnior e Zico, que ganharam o troféu quatro vezes. Meses depois, encerrou sua trajetória como técnico do Flamengo da única maneira possível: com uma vitória contra o Caracas, pela Libertadores de 2010.

O BUSTO

Com essa longa folha de serviços prestados, Andrade não poderia deixar de ser reconhecido pela nação. No mês passado, Andrade ganhou um busto na Gávea, juntando-se a nomes como Adílio, Nunes e Leandro, outros ídolos da geração de 81. Agora o ídolo está imortalizado não apenas nos corações rubro-negros.

Paula Reis/Flamengo/Divulgação

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