O futebol sempre foi nosso elo, e até hoje é: ligamos pra comentar sobre os acontecimentos do Flamengo todo dia
Blog Vivendo o Flamengo | por Roberto Neves – Twitter: @roberto_nevess
Olha, eu não tive uma convivência diária com meu pai, o que nos unia sempre fora o Flamengo. Conforme fui ficando mais velho eu pude entender muita coisa acerca da minha vida e da separação dos meus pais.
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Eu sou muito rubro negro por causa do meu pai, sempre foi o que nos uniu. Ele me levava ao Rio de Janeiro pra ver jogo, me presenteava com camisa, ensinava o hino, sobre jogadores… O futebol sempre foi nosso elo, e até hoje é: ligamos pra comentar sobre os acontecimentos do Flamengo todo dia.
Na Libertadores do ano passado, ainda antes do jogo contra o Inter meu pai falou: “Filho, você consegue organizar a viagem pra gente ir pra final?”. Eu estava num momento financeiro complicado. “Pai eu faço tudo pra você ir, mas eu não posso!”, respondi.
Nisso, ele foi numa agência de turismo e já ia comprar do jeito dele, para nós dois; apenas soube porque ele me ligou para pedir meus dados. Assim evitei que ele fosse “assaltado”, porém, ele me convenceu a aceitar pelo menos a passagem de presente, nisso comprei na TAM uma passagem para Santiago 100% reembolsável.
A história vocês sabem, o local mudou e a passagem que tínhamos seria reembolsada. Mas o preço para Lima estava surreal. Eu estava frustado. Meu pai veio à minha casa e abriu seu coração: “Meu filho, sonhei a vida inteira em ter esse momento com você. Nós vamos de qualquer jeito!”, sentenciou.
Passei a ficar 12 horas por dia ao telefone tentando a mudança de local em lugar do reembolso. Ao final das contas deu tudo certo. No jogo sofremos muito, mas foi tudo muito perfeito.
E coube somente ao destino separar-me do melhor abraço com meu pai da minha vida.