Mesmo retalhado, lesionado e baleado, o Flamengo segue líder

01/07/2024, 09:54
Fabrício Bruno comemora o gol da vitória - Gilvan de Souza/Flamengo

Os desfalques, como de costume neste mês de junho, não eram poucos. Convocados para a Copa América estavam o craque do time (Arrascaeta), a principal contratação da temporada (De La Cruz), o volante e o lateral-direito titulares (Pulgar e Varela).

O principal destaque da equipe nos últimos meses estava machucado (Éverton Cebolinha), assim como o volante reserva, Igor Jesus, que muitas vezes substituiu o titular. Ah, e o lateral-esquerdo Viña obviamente estava convocado também, porque não custa nada, sem contar o reserva imediato da posição de centroavante, que está numa situação complicada demais pra abordar aqui (Gabigol).

Mas diante do que seria um golpe mortal para qualquer outro time – imagine brigar pela liderança de um torneio sem quatro dos seus principais jogadores porque a confederação do seu país apenas não se importa com o principal campeonato que organiza – o que temos visto nas últimas partidas é um Flamengo que vem descobrindo novos protagonistas, dando oportunidade para joias da base, e mostrando que, mesmo absolutamente retalhado e improvisado, consegue ter qualidade o bastante para brigar pelo título.

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Situações como a de Gérson, antes coadjuvante de luxo, que assumiu, nesse não-intervalo da Copa América, o protagonismo das ações de meio de campo, com mais uma belíssima assistência na partida deste domingo, deixando a bola na feição para o gol de Pedro, o artilheiro que perdoa agressão mas é incapaz de perdoar o goleiro adversário.

Momentos como o de Allan, que finalmente parece estar livre das lesões e podendo mostrar os motivos da sua contratação, Wesley, que segue bastante caótico da ideia mas vem conseguindo mostrar mais consistência defensiva, ou mesmo Lorran, que apesar de ter sido substituído no intervalo e vaiado por parte da torcida, deixa cada vez mais claro que apesar da imaturidade, tem qualidade e recursos para brilhar no Flamengo.

E claro, Fabrício Bruno, o homem que disse não para a Premiere League porque se for pra morar em cidade onde nunca faz sol ele quer bem mais dinheiro do que ganha hoje, e com isso garantiu a oportunidade de estar em campo neste fim de semana, decidindo a partida com um gol de cabeça em cruzamento do maluquinho Luiz Araújo e garantindo que o Flamengo passasse mais uma noite na liderança do Brasileirão, liderança essa que, diante dos resultados ruins de Botafogo e Bahia, depende um resultado não tão bom do Palmeiras segunda-feira para envolver uma vantagem de 3 pontos.

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Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Um triunfo não apenas da qualidade do elenco rubro-negro – que outro clube hoje poderia perder os dois melhores meio-campistas do continente e ainda assim continuar competitivo? – mas também do potencial da nossa base – Lorran claramente ainda não está pronto, mas já é melhor que vários titulares de outros clubes por aí. Sem contar, é claro, na capacidade da comissão técnica de tentar organizar o que pode e extrair o melhor daquilo que tem.

E que nos faz pensar que, se tão desfalcado e remendado assim, o Flamengo ainda consegue se manter na liderança, imagine o que ele não pode conseguir com seu elenco completo e seu time realmente titular? Que a resposta seja “títulos”, se possível vários deles. 


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