A situação de Tite pode ser preocupante, principalmente quando recordamos o caso de Muricy Ramalho. Na época, o treinador também comandava o Flamengo, no meio da temporada 2016, quando teve uma fibrilação atrial, tipo específico de arritmia cardíaca.
Após o ocorrido, Muricy Ramalho decidiu abandonar a carreira de técnico. Ele deixou o Flamengo no meio do ano para focar em cuidar da saúde e passar mais tempo com a família, temendo novos problemas cardíacos.
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“Não tenho nada grave, mas a tendência, realmente, é que eu não volte mais a ser treinador”, declarou em entrevista à Jovem Pan.
Por um lado, a afirmação de Muricy de que o problema não era grave tranquiliza sobre o futuro de Tite, que não necessariamente precisa seguir os passos e deixar de ser treinador. O ex-técnico citou sua dificuldade de se acalmar como principal motivador para a decisão.
“O meu problema é stress, é emocional, e eu não tenho jeito de me acalmar, de ser mais ou menos. Eu sou um cara muito intenso no que faço. Sei que outras pessoas conseguem controlar isto, mas não é o meu caso. A pior função é a de técnico. É muito duro, difícil. O cara não ganha jogo, ele só perde. Ele não fica feliz, só aliviado. A tendência é que eu passe a trabalhar em outras funções”, disse Muricy na época.
Problema de Muricy Ramalho era frequente
O abandono de Muricy Ramalho a sua carreira de técnico também se deu pela quantidade de problemas cardíacos. Em 2014, ele já havia passado mal durante um treinamento nos tempos de São Paulo Foram quatro dias internado por conta de arritmia cardíaca. No ano seguinte, uma inflamação no intestino grosso deixou o técnico longe dos trabalhos pelo período de um ano.
O novo problema em 2016 assustou Muricy, que se atentou justamente para a reincidência: “Muita gente tem a arritmia, mas quando ela começa a se repetir, aí sim ela se torna perigosa”. Muricy, hoje, trabalha como coordenador do São Paulo.
Tite vai passar por cirurgia
O técnico Tite deve ser submetido a uma ablação ainda nesta sexta (23). Não é uma cirurgia tradicional e esse é um ponto positivo, já que não será necessário abrir o tórax, por exemplo. Os médicos chegarão ao coração do professor por meio de cateter inserido pela veia e guiado até o órgão.
Ao contrário de Muricy Ramalho, Renato Gaúcho segue trabalhando até hoje após problemas cardíacos. O técnico do Grêmio passou por essa mesma cirurgia, que foi um sucesso, e o treinador não voltou a ter problemas.