Medalhista do Flamengo conta momento difícil e emociona ao lado do treinador
A judoca Eliza Ramos está voltando com tudo após um período bastante difícil. Ela teve problemas no joelho e ficou de molho por nove meses. A Fla TV produziu um conteúdo especial sobre a atleta, que chegou a ganhar a medalha de bronze no Mundial Sub-21, em 2021.
Na entrevista, Eliza contou sobre o susto, até porque foi a primeira vez que foi submetida a uma cirurgia. A judoca admite que teve muito medo, mas explica como passou pelo procedimento.
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“Senti muito medo desde o início quando soube que ia operar. Senti medo de não conseguir ser ativa como sempre fui. Foi minha primeira cirurgia. Tive medo do procedimento. Tentei ser positiva e agarrar tudo como se fosse novo, mas positivo. Primeira vez que fiz cirurgia, ok, deu tudo certo. Vamos para a próxima”, conta.
Eliza traz as datas exatas dos acontecimentos e lembra que se sentia bem. Por isso, não acreditou quando o médico disse que teria que passar por cirurgia.
“Me lesionei treinando no dia 8 de janeiro. No dia 12 de janeiro o médico do clube me falou que eu ia ter que operar o joelho. Meu mundo desabou, foi horrível. No treino senti uma dor absurda. Eu já estava me sentindo melhor quando ele falou, eu achei que era mentira. ‘Estou bem, forte, meu joelho está bom’. Eu só realmente acreditei quando ele fez o último teste. Passei pela cirurgia no dia 15 de fevereiro. Ali recomeçou minha história”, conta.
Eliza Ramos esperava nunca se lesionar
A atleta diz que imaginava ser uma atleta que jamais passaria por uma lesão série que a deixasse fora de combate por tanto tempo. Isso porque ela sempre foi cuidado e tomou muitas precauções para não sofrer com algo sério.
“Eu sempre busquei me inspirar em outros atletas que chegaram. Tiveram a carreira de dedicação. Me inspirei em atletas que não passaram por cirurgias. Aqui dentro tem a Rafa, sempre converso sobre isso. Ela não passou por lesões gravíssimas. Sempre me inspirei nela por ser dedicada e não ter lesão. Eu achei que seria essa atleta de sempre me cuidar para isso não acontecer”, diz.
Técnico do Flamengo foi crucial na recuperação
Eliza Ramos se mostra ainda muito agradecida a Vinícius Morato, o Taz, treinador do FlaJudô. O personagem foi essencial na recuperação da atleta.
“Eu sempre falo que Deus colocou o Taz na minha vida. Ele e o sensei Murilo estavam na sala comigo. Se dependesse de mim, eu não ia desistir, mas seria muito difícil. Eles não soltaram minha mão. O sensei esteve comigo durante todos esses meses cuidando da minha performance dentro do tatame, e os outros profissionais, fora do tatame. Ele aturou todos os meus sentimentos, emoções. Raiva, tristeza, felicidade. Se não fosse ele, eu não teria passado por essa fase tão bem”, explica.
Ao lado de Taz, ela admite: “Eu não passaria por isso se você não tivesse estendido sua mão para mim. Desde o início, e principalmente nessa fase que foi muito dolorosa para mim. Te agradeço, foi uma oportunidade perfeita para te agradecer. Nenhum agradecimento vai ser suficiente”.
Marcelo, por sua vez, conta detalhes do processo e diz o que falava para motivar a judoca.
“‘É só a cirurgia, você ainda tem as duas pernas. Você nasceu para brilhar, pode levantar a cabeça e vir treinar. Quem é você para desistir, teu lugar não é esse. Está passando por isso para ser forte e conquistar seu lugar na história. Você vai ficar limitada na perna, mas judô não é só perna. Vamos treinar sua mão'”, conta, antes de finalizar:
“Fomos escalando pedacinho por pedacinho, sem desistir. Foi um marco primeira vez que ficou de pé, primeira vez que ficou de kimono, conseguiu movimentar. Consegui ver isso tudo de perto. Sempre falando que quando acabar isso, você não vai ser mais uma menina. Vai ser uma mulher. Você não vai ser mais uma atleta, vai ser uma guerreira.
Eliza Ramos sonha com Olimpíadas de 2028
A atleta também comentou seu foco para 2024. Ela tem diversos desafios pela frente, mas quer se preparar para as seletivas para as Olimpíadas.
“Esse ano estou focada em voltar ao meu ritmo de competição, mas meu foco é na seletiva para as Olimpíadas de 2028. No caminho vou ter outro eventos muito importantes. Brasileiro Sênior, mas o projeto Los Angeles também”, diz.
Murilo Gouveia, Coordenador do FlaJudô, comentou a situação da judoca e se mostrou triste com o tempo perdido por Eliza.
“A gente sabe que não é fácil para uma atleta da importância dela ficar fora nove meses. Principalmente que no primeiro ano de Sub-21 ela já foi medalhista mundial. A perspectiva é que ela tivesse um belo ano, mas aconteceu a lesão. A importância de todo mundo estar junto, psicólogo, nutricionista, os treinadores. Entender a dificuldade, abraçar, planejar a volta sem queimar etapas e ela voltar de forma brilhante”, diz.