O Flamengo possui diferentes possibilidades de modelo para financiar a construção de seu estádio próprio no Gasômetro, mas qual será posto em prática só pode ser definido somente após as eleições. Para o jornalista Mauro Cezar, há questionamentos sobre algumas das possibilidades levantadas até aqui e disse acreditar modelo similar ao feito pelo Palmeiras com a WTorre no Allianz Parque.
” A realidade é bem mais complicada do que parece. Para construir esse estádio, o Flamengo vai ter que se comprometer financeiramente. Não vai ser fácil. Continuo achando que o melhor modelo seria buscar algo parecido com o que fez o Palmeiras. Ter um parceiro que, se não construir o estádio completamente, assuma metade do custo”, iniciou Mauro Cezar no ‘Uol News Esporte’.
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Em 2010, Palmeiras e WTorre assinaram contrato para a transformação do Palestra Itália no Allianz. A construtora custeou toda a obra com R$ 630 milhões. Em troca, a partir do momento que ficou pronto, em 2014, iniciou-se período de 30 anos no qual a WTorre terá o direito de explorar a utilização do local.
Há uma divisão no contrato que permite a empresa alugar o estádio para eventos e arrecadar com estacionamento, lojas e lanchonetes. Grande parte da porcentagem de naming rights também é da empresa. O Palmeiras tem um percentual definido que cresce gradativamente a cada cinco anos.
Questionamentos sobre controle do estádio
O modelo sugerido é benéfico para o Flamengo não gastar ou ao menos amenizar os custos da construção do estádio, previsto para algo em torno de R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Contudo, é questionado por torcedores e pelo técnico Abel Ferreira no Palmeiras. Isso porque o time precisa deixar sua casa em momentos importantes da temporada em função do calendário de shows.
Mas Mauro Cezar lembra que o Flamengo tem a concessão do Maracanã por 20 anos e poderia utilizar o estádio nessas situações. Ainda que deixar o seu estádio em função de outro evento seja ruim, ele entende que jogar no Templo Sagrado não seria um problema.
“Quando o Flamengo precisar desocupar o estádio para um show, joga no Maracanã. Tem o Maracanã por 20 anos. Se terminar o estádio em 6 anos, ainda sobram 14 de Maracanã. Jogar no Maracanã como plano B não é nada mau”, comentou o jornalista.
Ele lembra que a WTorre pagava aluguel para o Palmeiras jogar no Pacaembu e, sobre o comprometimento de receitas, diz que opções como naming rights e venda de cadeira terá o mesmo resultado.
“A WTorre pagava o aluguel do Pacaembu quando o Palmeiras ia jogar lá, um excelente negócio. Acho que o Flamengo deveria procurar algo nesses moldes. Se não for alguém que pague toda a obra, mas que pague parte significativa e seja um parceiro em receitas diversas. Ou até na receita dos jogos. ‘Vai comprometer receita futura’, venda de cadeiras e naming rigths vão comprometer receita futura. Tem que se calcular tudo muito atentamente. “
Outro problema que o Palmeiras enfrentou foi a falta de repasse das verbas que tinha direito no acordo com a construtora, mas foi resolvido na Justiça. O time paulista terá o controle total do estádio em 2044.
Definição sobre o estádio do Flamengo sairá após a eleição
O estádio próprio naturalmente é um fator político que vai influenciar nas eleições presidenciais desse ano. Todos os candidatos afirmam ter planos próprios para a construção do equipamento esportivo, o que significa que um modelo só poderá ser definido após o clube saber o vencedor do pleito.
A votação será no dia 9 de dezembro, uma segunda-feira, na Gávea. Os candidatos que disputam a cadeira de presidente são: Rodrigo Dunshee, Luiz Eduardo Baptista (Bap), Maurício Gomes de Mattos (MGM), Wallim Vasconcellos e Pedro Paulo.
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.