Mansur vê dilema no Flamengo sobre escalar Pedro em jogo decisivo contra a LDU

Atualizado: 15/05/2025, 09:53
Mansur durante programa Troca de Passes, do SporTV; jornalista falou sobre Flamengo x Bahia

O comentarista Carlos Eduardo Mansur levantou um ponto estratégico na reta final da fase de grupos da Libertadores: a dúvida sobre escalar ou não Pedro como titular contra a LDU, em um confronto direto pela classificação.

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Segundo ele, o Flamengo vive um dilema entre o cuidado com a minutagem do camisa 9 e a importância técnica da presença do centroavante num jogo decisivo no Maracanã.

Pedro só não joga se for por alerta físico, analisa Mansur

Mansur lembra que Pedro não iniciou contra o Bahia, em parte por questão de gestão de minutos.

No entanto, o jornalista acredita que contra a LDU, a não escalação do atacante só faz sentido diante de um risco físico claro.

"Eu imagino que mesmo num jogo desse, de peso, deve estar havendo um cuidado natural, o Pedro já não iniciou o jogo com Bahia, para você nessa sequência dele de volta, não extrapolar a questão dos minutos. Mas eu só imagino o Pedro nesse jogo não iniciando, se de fato tiver um alerta grande em termos físicos, porque esse jogo é uma decisão", avalia Mansur.

O comentarista ainda cita a questão da precaução pensando no Mundial, mas volta a ressaltar da importância que é o confronto diante a LDU nesta quinta (15).

"Agora, evidente que você precisa ter muito cuidado pensando também no Mundial de Clubes, mas esse jogo contra a LDU decide muita coisa para o ano do Flamengo", comenta.

Dupla Pedro e Arrascaeta exige ajustes no time

Mansur aponta que Pedro e Arrascaeta têm menos intensidade de marcação, e que jogar com os dois juntos exige que outros atletas ao redor compensem na pressão.

Isso interfere diretamente na escolha dos volantes, pontas e até da linha defensiva.

"Há uma questão também no Flamengo, que eu acho que isso está muito claro. Os jogos em que Pedro e Arrascaeta jogarem juntos vão exigir que em torno deles exista uma formação capaz de compensar a capacidade de pressionar do Flamengo com um pouco mais de consistência. Então, acho que os jogadores que vão estar ao redor deles vão precisar ser jogadores que tenham muita capacidade de fazer essa pressão.", dispara Mansur.

Dessa forma, exigindo encaixes e ajustes específicos para que o 10 e 9 atuem juntos, Mansur aponta que a Nação terá de se acostumar em alguns jogos, a não ver ambos atuando junto, levando em conta adversário e o material humano disponível.

"Eu acho que isso também impacta na escolha dos jogos que Pedro e Arrascaeta vão fazer juntos. Talvez a gente vai se acostumar, eventualmente, a não os ver fazendo todos os jogos juntos", afirma.

Tal situação tem sido comparada com dilema que o Flamengo viveu em 2022, também envolvendo Pedro. Na ocasião, muito se debatia sobre o atacante não poder jogar ao lado de Gabigol, devido características e ocupação de espaço. No entanto, Dorival Júnior assumiu o time, arrumou o esquema e com a dupla foi campeão da Libertadores e Copa do Brasil.

Pressão do Flamengo oscila e exige peças específicas

Mansur avalia que a pressão alta é parte central do modelo de Filipe Luís, mas que ela sofre oscilações — principalmente quando os jogadores de menor intensidade estão juntos em campo.

Isso pode afetar a recuperação rápida da bola e abrir espaços ao adversário.

"Fato é que a pressão do Flamengo, que é uma parte importante do jogo do Filipe, ela tende a dar umas osciladas. E os dois jogadores, por questão de característica, podem sentir um pouco isso ao longo do tempo", definiu Mansur.

A análise de Mansur evidencia o desafio de equilibrar intensidade física, desempenho coletivo e o talento individual de Pedro e Arrascaeta.

Contra a LDU, o Flamengo deve buscar o melhor de seus talentos — mas sem ignorar os detalhes que constroem (ou desmontam) um sistema competitivo.