O Flamengo garantiu os três pontos contra o América-MG pela 35ª rodada do Brasileirão. Jogando em Uberlândia, o Mengão se deu bem e subiu para a vice-liderança do campeonato. Mas alguns jornalistas se demonstraram incomodados com essa situação. Mesmo jogando fora de casa, a torcida rubro-negra era ampla maioria.
Flamengo e América-MG não se enfrentaram na tradicional Arena Independência. Isso porque, o Coelho resolveu vender o seu mando de campo para faturar nesse fim de temporada. O América já está rebaixado e busca fazer caixa para não passar sufoco na Série B. Por isso, o jogo contra o Rubro-Negro aconteceu no Estádio Municipal Parque do Sabiá.
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Acontece que o Flamengo tem a maior torcida de Uberlândia. Um estudo feito pelo Instituto PS Marketing indica que a Nação supera até as torcidas de times mineiros na cidade. Ou seja, o Fla teve uma atmosfera totalmente favorável na partida.
Para o jornalista Carlos Eduardo Mansur, o resultado em Belo Horizonte poderia ter sido diferente. Mansur acredita que o Flamengo foi beneficiado e pediu intervenção da CBF nesses casos.
“Não sei que resultado teria o jogo no Independência, mas a venda de mando desequilibra tecnicamente o campeonato. O Flamengo teve casa cheia. Evidentemente não é como jogar no Maracanã. Mas do ponto de vista competitivo você quebra igualdade do campeonato como outros já quebraram, muitos se beneficiaram. Os clubes de massa acabam sendo mais frequentemente beneficiados porque é mais lucrativo vender jogos desses times. A CBF precisa intervir nisso”, comentou.
O também jornalista Conrado Santana segue a mesma opinião de Mansur. Conrado afirma que o Flamengo jogou como um mandante. “O Flamengo jogou em casa hoje. Só não foi no Maracanã. Numa reta final de campeonato com briga eletrizante pelo título. Todo ano a CBF segue permitindo essas vendas de mando de campo que são péssimas para a competição. Não foi a primeira vez, obviamente”.
O que diz o regulamento da CBF sobre venda de mando de campo
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem um regulamento dedicado a venda de mando de campo. O órgão veta a inversão de mando de campo com um time jogando no campo rival ou a transferência de estado nas últimas cinco rodadas. Isso coloca o jogo entre Flamengo e América-MG nos conformes. Apesar da maioria Rubro-Negra, o Mais Querido jogou em Minas Gerais, estado do América.
Já em fevereiro 2023, a CBF acrescentou novas regras no regulamento. A entidade lista quatro pontos que não devem acontecer durante a venda de mando.
- prejuízo ao equilíbrio técnico da competição;
- prevalência do interesse econômico particular do clube, em detrimento dos aspectos técnicos da competição;
- prejuízo da presença dos torcedores do clube mandante no estádio escolhido;
- privilégio de qualquer natureza em favor do clube adversário, como inversão ou comercialização do mando de campo.
Ao solicitar a mudança, o América-MG teve seu pedido aceito pela CBF. Ou seja, a organização entendeu que a venda de mando de campo do Coelho era adequada pelo regulamento. E cabe lembrar que o jogo contra o Flamengo não foi o único.
No começo do mês, o América jogou contra o Atlético-MG também no Parque do Sabiá. No entanto, a partida válida pela 32ª rodada do Brasileirão não atraiu um bom público. Apenas 5.706 pessoas assistiram ao clássico mineiro em Uberlândia. Um número completamente diferente dos mais de 38 mil pagantes desse domingo (26).