Magro de Aço: filme sobre Ronaldo Angelim vai emocionar rubro-negros
O documentário Magro de Aço, do diretor e rubro-negro Renato Martins, de 46 anos, será lançado nesta segunda (29), às 18h30, no Estação Net Rio, em Botafogo. O filme que conta a história do zagueiro Ronaldo Angelim faz parte do Cine Foot, festival de cinema e futebol que iniciou nessa quinta (25) e segue até a terça (30). Os igressos para a sessão única estão esgotados.
Magro de Aço, uma produção 100% independente, conta a história de um dos maiores herois rubro-negros recentes, o zagueiro Ronaldo Angelim. Para isso, o diretor Renato Martins, que também escreveu o roteiro junto com Arthur Muhlenberg, usou como recorte o maior momento da carreira do cearense de Porteiras.
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Em 6 de dezembro de 2009, aos 24 minutos do 2º tempo, Angelim cabeceou uma bola vinda da esquerda, em cobrança de escanteio perfeita do sérvio Petkovic. Era o segundo gol do Flamengo, o gol do hexacampeonato. o gol que colocou Angelim no hall de grandes herois rubro-negros. Em entrevista exclusiva ao Mundo Rubro-Negro, Renato Martins falou sobre o processo de produção do documentário.
Mundo Bola – Como surgiu a idéia de filmar o Ronaldo Angelim?
Renato – Eu sempre tive essa vontade de fazer um filme sobre o Angelim. Desde que ele marcou aquele gol em 2009. Eu trabalhei com o Pedro Asbeg no Geraldinos, que foi lançado em 2015, mas ficou 10 anos em produção. Eu tinha muitas imagens do Maracanã, torcidas e etc. Em 2009, eu trabalhei no filme do Pet, O Gringo, e na final contra o Grêmio, estava no campo. Tenho imagens inéditas daquele jogo.
Mundo Bola – Mas porque o Ronaldo Angelim especificamente te interessou como personagem?
Renato – Ele é um heroi rubro-negro eterno! Além disso, é um cara super pé no chão. Simples mesmo. Um cara que se aposentou do futebol e voltou para Juazeiro do Norte, comprou uma casa do lado da do pai e joga dominó na praça todos os dias. Nos finais de semana, joga futebol com os amigos. Além disso, agora ele tem um time de futebol feminino que funciona como ação social, onde ele ajuda a formar jogadoras. Ele transformou a casa dele em alojamento. Duas jogadoras já foram jogar no Ceará e no Fortaleza.
Mundo Bola – Como foi o processo de produção do filme?
Renato – Cara, meus filmes em geral demoram entre dois e cinco anos para serem feitos. No Magro de Aço, da minha decisão de fazer o filme até ficar pronto, foram três meses. Tudo bancado por mim e amigos. 100% independente! Fomos para Juazeiro gravar as entrevistas em um final de semana. Chegamos na quinta de madrugada, filmamos sexta, sábado e domingo. Eu e um fotógrafo. Eu que fiz a captação de som. Dirigimos 600km para ir a um jogo de futebol. Na volta, de noite, furamos três pneus com o pai idoso do Angelim no carro! Uma guerra!
Mundo Bola – As gerações mais novas de torcedores do Flamengo vão conhecer um personagem bastante rico, não é?
Renato – Sem dúvida! O Angelim, como todo personagem, é cheio de desafios e conflitos. Uma das histórias que ele conta é que um tio tirou ele de um jogo que ele ia com um amigo. Na ida para esse jogo, o amigo sofreu um acidente e morreu. Outro drama foi a lesão que ele sofreu no inicio de 2009, que por pouco não causou a amputação da perna dele. Os médicos do Flamengo conseguiram salvar a perna ao realizarem uma cirurgia de emergência.
Mundo Bola – Tem alguma história de bastidores daquele título brasileiro do Flamengo que o Angelim revela no filme?
Renato – Ele conta também que nos ultimos quatros jogos, só ele caia no doping. Na final, também foi selecionado e demorou para sair do Maracanã. Quando saiu,foi para a Gávea e ficou esperando a esposa dele do lado de fora, de bermuda e chinelo. Inclusive, passou uma equipe da Globo com o repórter Kiko Menezes e fez uma matéria com ele. Perguntaram se ele não ia para a festa do título e ele disse que ia para casa com a esposa. Até hoje não sabe onde foi a tal festa.
Mundo Bola – Você falou que tem imagens inéditas daquele último jogo do Brasileirão 2009, contra o Grêmio. Tem alguma cena que você quer destacar?
Renato – Na comemoração do gol, o Angelim correu na direção da minha câmera! Nas entrevistas em Juazeiro, ele conta que lembrou do avô que era rubro-negro e de um amigo de infância, em Porteiras, que influenciou ele por assistirem jogos do Flamengo.