Libertadores Sub-20: Conmebol aplica pena branda ao Cerro Porteño por caso de racismo

09/03/2025, 14:00
Atualizado: 09/03/2025
Luighi, do Palmeiras, chora após sofrer racismo na Libertadores Sub-20

A Comissão Disciplinar da Conmebol anunciou as punições ao Cerro Porteño pelo caso de racismo contra Luighi, atacante do Palmeiras, a Libertadores Sub-20. O clube paraguaio recebeu multa e terá que jogar com portões fechados na competição de base. A decisão cabe recurso. 

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O Cerro Porteño foi condenado a pagar 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil) à entidade, valor que precisa ser pago em no máximo 30 dias. Uma multa por racismo que é inferior ao que a própria Conmebol já aplicou por outros casos. O Flamengo, por exemplo, foi multado em 100 mil dólares (R$ 597 mil) em 2024 por atraso no reinício de jogo contra o Bolívar, em La Paz, a 3.650m acima do nível do mar. 

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A equipe paraguaia também terá que jogar o restante da Libertadores Sub-20 com portões fechados, o que na prática pode significar nenhum jogo sem torcida. Isso porque o time fecha a fase de grupos neste domingo (9), contra o Blooming e, caso entre com recurso, a partida terá público. 

Como a tendência é que a equipe seja eliminada da competição, já que precisa de vitória por quatro gols de diferença para avançar, há chance do clube "driblar" a punição. Vale destacar que, em caso de classificação, o Cerro Porteño será o adversário do Flamengo nas semifinais. 

Por fim, a Conmebol decidiu que o Cerro terá que divulgar uma campanha contra o racismo antes do final da Libertadores Sub-20. Todos os jogadores do elenco serão obrigados a participar da ação, que precisa de aprovação prévia da entidade. A entidade não especificou se os atletas vão precisar falar especificamente sobre o ato de seu torcedor contra o atacante de 18 anos do Palmeiras. 

A partir desta segunda-feira (10), a diretoria do time paraguaio terá sete dias corridos para recorrer da decisão. 

Palmeiras pede união dos clubes brasileiros

Durante coletiva de imprensa, na sexta-feira, Leila Pereira afirmou que iniciou conversas com outros clubes brasileiros para formar uma frente contra o racismo nas competições da Conmebol. A presidente do Palmeiras sugeriu criar um conjunto de regras a serem aplicadas nos recorrentes casos na Libertadores e na Sul-Americana.  

"As medidas têm que ser duras e drásticas. Não só o Palmeiras, mas todos. Não esqueçam que nos últimos anos a hegemonia na Libertadores é do Brasil, e temos que mostrar essa força nos bastidores. Em conjunto determinar regras pesadas, que se forem burladas os clubes não participam", disse.

O Palmeiras também solicitou a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20, mas a Comissão Disciplinar da Conmebol não acatou o pedido. Leila, no entanto, afirmou que acionaria a Fifa caso não houvesse punições severas. 


Matheus Celani
Autor
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.