Libertadores: Conmebol bate recorde de lucro, mas times só levam 25% da receita

A Conmebol vive um momento histórico em termos de finanças nos últimos anos, com balanços que indicam lucros ano após ano. Entre Libertadores, Copa América e outras competições, o montante já chega a R$ 810,8 milhões.
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Destes, R$ 635 milhões representam o lucro apenas da temporada passada, um recorde. A Copa América nos EUA inflou a receita, mas a Libertadores segue no topo. E um estudo do especialista em gestão Amir Somoggi, da Sports Value, ilustra isso.

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No total, o repasse recebido pela Conmebol com as competições organizadas por ela chegou a R$ 4,8 bilhões em 2024, com R$ 635 milhões de lucro. Os dois números representam recordes históricos para a entidade.
Para efeito de comparação, a conta entre 2017 e 2022 ficou em R$ 22,7 milhões negativos. Desde então, o montante foi crescendo: R$ 175,8 milhões de lucro em 2023 e R$ 635 milhões em 2024.
Os R$ 4,8 bilhões de receita total representam um crescimento importante em relação ao exercício anterior: cerca de 69%, ou R$ 2 bilhões a mais. A receita de 2023 foi de R$ 2,8 bilhões. A evolução do lucro de um ano para o outro, todavia, foi de 261%.
Quanto clubes da Libertadores recebem da Conmebol?
Nem a Copa América, porém, rendeu tanto para a Conmebol quanto a Libertadores. Carro-chefe nas finanças da entidade, a competição continental gerou um montante de R$ 2,3 bilhões em 2024 — ou seja, 48% da arrecadação.
Na conta geral entre o que os clubes recebem e o que a entidade ganha com o torneio, o valor fica só um pouco acima: 53%, com R$ 1,23 bilhão de repasse aos times participantes.
Levando em consideração a receita total da Conmebol com as competições, incluindo Copa América, Sul-Americana e outras menores, o valor repassado aos times da Libertadores corresponde a 25,6% do montante.
O Brasil domina a lista, com repasse muito superior aos outros. A Argentina aparece na sequência, seguida por Uruguai e Chile. Venezuela e Peru recebem os menores valores. Confira os números completos abaixo:
- Brasil: R$ 482 milhões
- Argentina: R$ 165 milhões
- Uruguai: R$ 119 milhões
- Chile: R$ 108 milhões
- Bolívia: R$ 79,4 milhões
- Equador: R$ 73,7 milhões
- Colômbia: R$ 56,7 milhões
- Paraguai: R$ 56,7 milhões
- Venezuela: R$ 45,3 milhões
- Peru: R$ 45,3 milhões
A discrepância financeira dos clubes brasileiros encontra eco no que acontece nos gramados: atualmente, a Libertadores vive a maior sequência de títulos de um mesmo país na história.
Mesmo com períodos de domínio argentino, como as sequências de quatro títulos entre 1967 e 1970 ou 1972 a 1975, nunca alguém havia vencido seis vezes seguidas.
E foi o que o Brasil fez, com a Libertadores vencida por brasileiros em 2019 (Flamengo), 2020 (Palmeiras), 2021 (Palmeiras), 2022 (Flamengo), 2023 (Fluminense) e 2024 (Botafogo).
Considerando um recorte de oito anos, seriam sete títulos. O River Plate seria o único intruso, já que foi campeão em 2018. O Grêmio, vencedor de 2017, entraria na lista.
Na Sul-Americana, que normalmente não é levada como plano A pelos clubes brasileiros, fica clara a diferença: Brasil e Argentina ainda lideram, mas com o mesmo montante: R$ 119 milhões para cada.
Campeão da Libertadores poderia embolsar R$ 233 milhões em 2025
Nesta temporada, a Conmebol subiu a premiação da Libertadores, que segue pagando por fases alcançadas. No caso da primeira, a de grupos, há ainda o bônus adicional por vitória. Confira os números:
- Fase de grupos: US$ 3 milhões (R$ 17 milhões) e US$ 330 mil (R$ 1,8 milhão) por vitória
- Oitavas: US$ 1,25 milhão (R$ 7,1 milhões)
- Quartas: US$ 1,7 milhão (R$ 9,6 milhões)
- Semifinais: US$ 2,3 milhões (R$ 13 milhões)
- Vice-campeão: US$ 7 milhões (R$ 39,7 milhões)
- Campeão: US$ 24 milhões (R$ 136,3 milhões)
Desta forma, no cenário de algum time vencer os seis jogos da fase de grupos e conquistar o título, o montante acumulado seria de R$ 233,5 milhões.
Atualmente, porém, o único que poderia fazer isso é o Palmeiras, que venceu os dois jogos que fez. O Flamengo, que tem uma vitória, uma derrota e um empate, ainda teria a possibilidade de chegar a R$ 230 milhões.
As informações levam em consideração a cotação do dia 24 de abril de 2025