“Eu sou e sempre fui uma mulher livre” (Je suis une femme libre et je l’ai toujours été). Essa frase é da Madeleine Riffaut, poetisa, jornalista e uma das maiores heroína da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial . Ela faleceu ontem aos 100 anos. 100 anos de luta, contra nazistas, colonialistas, opressores.
Uma vida, uma obra que ensina e que motiva.
“Nenhuma causa é perdida, afora seu abandono” (Aucune cause n’est jamais perdue, sauf si on abandonne). Desta frase devemos sempre nos lembrar, principalmente nos momentos de incertezas.
A Bancada Feminina do Flamengo participou em um semana de duas reuniões importantíssimas. Um primeiro encontro inédito no Palácio do Governo, com autoridades e os quatro maiores Clubes do Rio, para combater a violência contra mulheres nos estádios. E um segundo, na sede da Gávea, para debater propostas em prol da unificação dos protocolos sobre o tema.
➕ MARION KAPLAN: Não estavam, não estão, nem estarão preparados tão cedo
Logo em seguida, a Bancada foi alvo de ataques nas redes, pautando, agredindo, desmerecendo sua atuação.
“Patéticas”, “ridículas”, “ vocês tem rabo preso”, “não se posicionam” no que interessa, “vocês lutam por mordidas na virilha?
Reações violentas e até sexualizada de homens, dirigidas à mulheres que ficaram em evidência por conta dessas reuniões.
Pois é disto que se trata. Mulheres empoderadas, mulheres protagonistas incomodam. E como não se pode criticar a luta contra a violência, se adjetiva, se sexualiza, se critica: “vocês não fazem o bastante, vocês tem que fazer mais, vocês tem que fazer isso, aquilo”. Homens querendo ensinar às mulheres como elas devem agir, lutar e se comportar…
Mansplaining total.
Típico.
Irrita, desanima, dói.
Mas a lembrança da Madeleine Riffaut ressurge. O que são esses discursos de ódio perto das torturas, encarceramentos e perseguições que ela sofreu?
Nada. Frases vazias para serem esquecidas.
E a luta continua!!!!