Embora o Flamengo continue buscando peças para reforçar seu elenco, o clube não deixou de olhar para outras prioridades de mercado. O presidente Rodolfo Landim busca concluir o processo de compra do Leixões, de Portugal. A ideia de adquirir o clube lusitano é expandir a marca pela Europa. As tratativas para o negócio ser fechado estão avançadas, como informa o GE. O Conselho Diretor enviará a proposta para o Conselho Deliberativo nos próximos dias.
O Flamengo pretende adquirir 56% do Leixões, com o intuito de criar uma SAF (conhecida como SAD em Portugal) do time português. A proposta já foi debatida pela cúpula rubro-negra, no início de agosto. No momento, as negociações passam pelos últimos ajustes, para que o Mais Querido tenha posse do clube europeu sem custos. Depois disso, o Fla fará uma análise para entender se é viável ou não adquirir definitivamente mediante um aporte financeiro.
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Presidente do Flamengo detalha as intenções e possíveis vantagens da aquisição do Leixões
Landim esclareceu que a fase final do processo provém da aprovação do Conselho Deliberativo do clube. Em entrevista ao GE, o presidente do Flamengo declarou que a existência de um time-satélite na Europa potencializa a internacionalização do Rubro-Negro e valoriza atletas. O dirigente citou algumas negociações com equipes portuguesas, que renderam boas cifras para o Fla.
“A operação do Leixões para ocorrer deve, obrigatoriamente, passar pelo Conselho Deliberativo. O que temos são tratativas para viabilizarmos que o Flamengo passe a operar o Leixões sem qualquer custo, passando a ter controle da operação do clube e, após alguns anos de experiência, decidir se investe recursos para adquirir o time em definitivo ou não”, disse o mandatário.
“Vislumbramos muitos ganhos nisso. A expansão da marca Flamengo é um deles, mas, além disso, é fato que o mercado português, mesmo na Série B, consegue uma valorização maior de atletas que o mercado brasileiro. Inclusive, já fizemos algumas operações com clubes deste mercado, em que os atletas sem espaço no profissional foram para Portugal e se valorizaram, como foi com o Benfica, Estrela Vermelha, Paços Ferreira, Porto B, Famalicão, Chaves e o próprio Leixões, onde conseguimos bons contratos para nossos jogadores, que são ativos nossos, ou conseguimos encaixar os que estão sem espaço aqui, por empréstimo ou em definitivo lá, mantendo percentuais importantes para possíveis vendas futuras. Mas, mais uma vez, esta operação para ocorrer deve ser aprovada no Deliberativo”, explicou Landim.
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Landim rebate Bap, candidato à presidência do clube e Tostes, ex-VP de finanças
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, deu entrevista na última quinta-feira (22) para os canais Barbacast e Paparazzo Rubro-Negro. O candidato à presidência do Mengão esteve acompanhado de Rodrigo Tostes, ex-vice-presidente de finanças do Flamengo, saindo recentemente. Ambos criticaram o processo de aquisição do Leixões.
Rodolfo Landim rebateu as críticas, citando as negociações pela compra do Tondela, também de Portugal, em 2021. Na época, Tostes quem liderou as tratativas.
“Acho curioso que Tostes e Bap sejam contra esta operação sem custos. O Tostes foi um dos principais idealizadores e defendeu a compra de outra equipe em Portugal por mais de 20 milhões de euros, valores bastante elevados, e com a participação da empresa de outro apoiador atual deles, o Claudio Pracownik, através de sua empresa Win The Game. Opinião bem contraditória essa deles. Me parece somente uma posição eleitoreira, de quem se vê atrás na corrida eleitoral para presidente e pode enxergar essa movimentação como um ganho político em relação ao candidato da situação”, disparou Landim.
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Mandatário cita postura da dupla em relação ao estádio
O dirigente também citou a compra do terreno para o novo estádio do Flamengo. Segundo Landim, Bap e Tostes também eram contrários à aquisição do local, até se darem conta que a posição contrária afetaria a visão dos sócios em relação à dupla.
“Algo parecido aconteceu com o estádio, quando todos eles eram contra a compra do terreno até perceberem que essa postura afetava a opinião dos sócios em relação a eles. Aí fingiram ser a favor, trabalhando contra sem se exporem. Uma confirmação disso é a lista dos que votaram contra, em que se abstiveram ou foram embora antes da votação para não registrarem seus votos contrários, como é o caso do Tostes. Lamento muito que politizem temas importantíssimos para o clube, projetos estruturantes que podem redefinir o posicionamento estratégico e as receitas do Flamengo. Não é a eleição que deve nortear temas como estes. As pessoas devem colocar o Flamengo e aquilo que for melhor para o clube em primeiro lugar, não seus projetos pessoais. O sócio e o Deliberativo decidirão o que for melhor.
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Objetivo é expandir a marca do clube também em outros mercados
Mesmo com antigos aliados sendo contrários, Rodolfo Landim acredita na conclusão do projeto com o Leixões e enxerga o Flamengo adquirindo outros clubes-satélites ao redor do mundo. O presidente foi questionando sobre quais outras regiões estariam no radar, e salientou que o foco primário será uma operação prudente.
“Sim. Temos essa ideia, mas devemos fazer isso com prudência. Por isso, primeiramente, se o Conselho Deliberativo aprovar, vamos iniciar uma operação estruturada sem riscos com o Leixões, que servirá também como experiência para darmos outros passos maiores. Através de muita governança e gestão, triplicamos a receita do clube e entregamos lucros recordes, mas precisamos pensar fora da caixa para aumentar ainda mais nossa receita, nossa imagem e atuar em novos mercados com moedas mais fortes. Tanto o estádio como essa operação passam por essa ideia de redefinir a estratégia e o tamanho do Flamengo. Nós defendemos estes projetos estruturantes. Está claro que nem todos apoiam.”