Leandro: os versos do Hino do Flamengo encarnados em uma só pessoa

17/03/2023, 11:10
Leandro, ídolo do Flamengo que completa 64 anos, ganhou um busto na Gávea em 2019

Quando Leandro se despediu do futebol, foi sem alarde. Corria o ano de 1990 e seus joelhos haviam dado o recado: acabou. Leandro saiu de cena em silêncio. Não quis festa de despedida. O Flamengo vivia uma temporada difícil, ruminando o adeus de Zico. É poético: Zico parou, e o Zico da lateral-direita parou junto.

O repórter Danilo Bahia perguntou se ele ia sentir falta do futebol: “Vou, mas tudo bem. Às vezes parece que foi um sonho, então é hora de acordar. Mas vou sobreviver sem a bola. Eu só não aguentaria se me obrigassem a deixar de ser Flamengo”.

Leia também: Leandro recebe homenagem em Cabo Frio e se empolga ao cantar hino do Flamengo

Se Leandro sobreviveu sem a bola, o mesmo não se pode dizer da bola sem Leandro. Naquela faixa de campo, nunca mais foi tão bem cuidada. Sucederam-se operários que a trataram com objetividade, mas nunca mais com doçura. Leandro e a bola eram apaixonados um pelo outro. Um caso de amor desses que não existe mais.

No seu clube de coração, ganhou tudo. Fosse em qualquer outro time, ganharia a camisa 10, lavada com amaciante, bem passada, perfumada. Mas era melhor ser 2, ou 3, no seu Flamengo. Porque só ali ele se
sentia em casa. E se o Flamengo tem um Rei, um Deus da Raça, um Maestro, um Imperador, quem foi Leandro?

Leandro foi o Hino transformado em gente. Os versos encarnados em uma só pessoa: uma vez Flamengo, sempre Flamengo, Flamengo sempre eu hei de ser, vencer, vencer, vencer, Flamengo até morrer eu sou.

Obrigado, Leandro. Feliz aniversário. Foi o nosso maior prazer te ver brilhar.


Partilha
Mundo Rubro Negro
Autor
Notícia e opinião de qualidade sobre o Flamengo desde janeiro de 2015