Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim foi amplamente criticado após dar declarações polêmicas sobre o futebol feminino e o impacto negativo que a Copa do Mundo de 2027 poderia ter para o clube. Em entrevista nesta quarta-feira (6), o mandatário rubro-negro comentou o tema e explicou as falas.
A fala polêmica de Landim foi que jogos de devem ter pouco apelo de público, usando China e Egito como exemplo, não deveriam acontecer do Maracanã e sim no estádio do Bangu ou do América. Ele reconheceu que se expressou mal e afirma que sua preocupação é não ter estádios vazios, o que passaria uma imagem ruim da Copa do Mundo feminina.
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“Porque eu acho que se fizer um negócio desse, não vai ter ninguém no estádio, e vai ser ruim. Vai passar a impressão de que a Copa do Mundo foi um fracasso, e isso é ruim para o futebol feminino. Então assim, a minha mensagem e que talvez não tenha sido feliz em explicar, foi que, gente, a gente precisa pensar muito bem, inclusive quais são as arenas, os estádios que a gente vai estar colocando, os diversos jogos e como você vai estar arrumando essa tabela de tal forma que mantenha sempre aquela percepção para o público, de estádio cheio, de festa, de tudo isso, para valorizar aquilo que a gente está tendo”, disse Landim no canal ‘Benja Me Mucho‘.
A Copa do Mundo Feminina de 2023 foi disputada na Austrália e na Nova Zelândia e bateu o recorde de público total nos estádios: 1,978 milhão de torcedores após 64 jogos (30,9 mil por jogo). Mas Landim entende que o povo brasileiro ainda não demonstra grande interesse na modalidade, e teme que a competição no Brasil em 2027 tenha partidas com pouquíssimo público.
“O futebol feminino é algo que a gente está tentando construir assim, o olhar carinhoso do torcedor brasileiro em relação ao futebol feminino, o interesse, mas tudo isso tem que ser construído com estrutura, qualidade do produto que você está desenvolvendo, para poder atrair o interesse da população brasileira. Para ser sincero, há um interesse muito grande da população brasileira hoje com futebol feminino? Eu acho que ainda não. Claro que todos nós vamos ter que trabalhar para tentar fazer o melhor, mas a gente não pode ter estádio vazio “
O presidente citou também o crescimento no investimento com o futebol feminino. Isso porque o clube orçou gasto de R$ 11 milhões para 2024. Mas ainda há críticas da torcida, como os treinos fora do Ninho do Urubu, os jogos com pouquíssimo público e não disputar os principais títulos regularmente.
Preocupação com o calendário
Landim expôs também sua preocupação com o calendário do futebol brasileiro a partir do próximo ano. A CBF já propôs estender o período de competição para ter uma pausa durante o Super Mundial de Clubes. Um modelo que terá que ser seguido possivelmente até 2027, já que os anos seguintes também terão grandes competições internacionais.
“No ano que vem, já vai ter um problema no calendário, porque nós teremos quatro clubes brasileiros participando do Mundial de Clubes. Ou seja, teremos um mês que a gente vai ter que paralisar o Campeonato Brasileiro. Tem quatro clubes que disputam o Brasileiro que vão estar disputando esse Mundial. Já vai apertar o calendário. No ano subsequente, outro problema, que é a Copa do Mundo, que de novo vai tomar pelo menos um mês no calendário. “
“Então, companheiro, em 2027 já vai ter a Copa do Mundo feminina. Então, assim, quando você olha, você pode ir empurrando com a barriga o problema, tentando olhar o calendário e empurrando com a barriga, mas chega em 2027 aí vai ter a Copa aqui. E aí, o que a gente viu é que tem a solicitação também dos estádios brasileiros “
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.