Ladrilheiro, apagão, Senna: 3 clássicos Flamengo x Vasco para sempre
Flamengo e Vasco mais uma vez se encontram neste domingo (2), às 16h, pela sétima rodada do Brasileirão. Será o jogo de número 423 entre os arquirrivais cariocas. Até o momento, o Rubro-Negro tem ampla vantagem, com 163 vitórias contra apenas 139 do cruzmaltino. Os empates são 120. De todos esses jogos, vamos destacar três que entraram para história e ganharam apelido: os jogos do ladrilheiro, do apagão e do Senna.
Jogo do Ladrilheiro – Flamengo 2×1 Vasco (6/12/1981)
Nos anos 1980, o Campeonato Carioca era muito mais valorizado do que é hoje. No mundo pré-internet, as rivalidades locais movimentavam o futebol. Um torcedor do Flamengo poderia passar a vida sem conhecer um palmeirense ou um gremista, mas vivia cercado de vascaínos, botafoguenses e tricolores. Por isso, uma final de estadual era vista como tão ou mais importante do que decisões nacionais ou continentais.
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O Flamengo chegou à final do Campeonato Carioca 1981 contra o Vasco em meio à decisão da Libertadores, que havia vencido em 23 de novembro, e a final do Mundial, que venceria em 13 de dezembro. Em clássico regulamento da FERJ que não fazia sentido, o Rubro-Negro foi obrigado a jogar três jogos contra o rival para conseguir um empate. O Vasco só seria campeão se vencesse as três finais.
Em 6 de dezembro de 1981, mais de 100 mil pessoas foram ao velho Maracanã ver o Flamengo de Zico contra o vasco de Roberto. O cruzmaltino havia vencido a primeira e a segunda partida por 2 a 0 e 1 a 0, mas precisava vencer de novo. Dessa vez, Adílio e Nunes colocaram o Flamengo na frente. Ticão diminuiu aos 38 do segundo tempo.
Os minutos finais seriam de pressão vascaína, mas foi nesse momento que o geraldino Roberto dos Passos Pereira, ladrilheiro e rubro-negro fanático, resolveu ajudar. Invadiu o gramado e começou a dar voltas pelo campo. A PM demorou a lançar o torcedor veloz. O zagueiro Joubert, do Vasco, agrediu o torcedor do Flamengo e uma grande confusão se formou. Roderto acabou detido, mas ajudou a apagar o ímpeto do Vasco e ajudou o Flamengo a se sagrar campeão.
Jogo do Apagão – Flamengo 1×0 Vasco – 31/1/1988
Era um simples jogo de primeira rodada de Taça Guanabara, mas quado Flamengo e Vasco se encontram, tudo pode acontecer. Com mais de 37 mil pessoas no Maracanã, o Rubro-Negro ainda mantinha a base do time campeão brasileiro de 1987. O cruzmaltino vivia a geração dos baixinhos, com Giovani, Mauricinho, Sorato e, principalmente, Romário. Mas era, acima de tudo, o Vasco de Eurico Miranda.
Bebeto abriu o placar aos 32 minutos do primeiro tempo após cruzamento perfeito de Renato Gaúcho, pela esquerda. O jogo seguiu normalmente, quando aos 22 minutos do segundo tempo, as luzes do estádio apagaram. Naquele tempo pré-iluminação de led, os refletores demoravam entre 15 e 30 minutos para religarem. Foi o suficiente para Eurico Miranda tirar o vasco de campo e tentar ganhar os pontos no tapetão, mas nessa ele perdeu e o Fla ficou com os dois pontos da vitória.
Jogo do Senna – Flamengo 1×1 Vasco (1/5/1994)
O domingo, 1º de maio de 1994, ficará para sempre na memória dos brasileiros. Foi nesse dia que o país em choque assitiu Ayrton Senna perder o controle da sua Williams FW-16 na curva Tamburello, em Imola, Itália, e bater forte no muro de concreto. A notícia da morte veio horas depois e causou uma das maiores, se não a maior, comoção coletiva já vista no país.
Naquela mesma tarde, Flamengo e Vasco entraram em campo pelo Campeonato Estadual, diante de quase 80 mil pessoas. O jogo acabou em um insosso 1 a 1, mas o que as torcidas fizeram antes da bola rolar ficou para sempre. Rubro-Negros e vascaínos cantaram em uníssono uma homenagem ao piloto falecido: “Olê, olê, olê, olá…Senna, Senna!”. Só Ayrton para unir as duas torcidas rivais.