Juiz alega que não houve xenofobia e rejeita processo contra esposa de Landim

01/06/2023, 10:07
Diretora de Responsabilidade Social do Flamengo durante evento na Gávea - Ângela Landim, esposa do presidente Rodolfo Landim, atacou nordestinos após a eleição de Lula

Sete meses depois de atacar nordestinos em post sobre a eleição presidencial, Ângela Landim, diretora de responsabilidade social do Flamengo e esposa de Rodolfo Landim, se viu livre das acusações de xenofobia. A Justiça Federal no Rio de Janeiro indeferiu o pedido de abertura de ação cível pública contra ela.

Após a vitória de Lula nas eleições, em 2022, a eleitora de Jair Bolsonaro usou as redes sociais para atacar o nordeste. Isso porque foi a região em que o atual presidente levou maior vantagem sobre o seu adversário. “Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias”, disse Ângela, antes de associar os nordestinos a carrapatos: “Bora trabalhar, porque se o gado morrer, o carrapato passa fome”.

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A solicitação de abertura da ação cível foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF), que sugeriu multa de R$ 100 mil. No entanto, o juiz Fabrício Fernandes de Castro, da 19º Vara Federal do Rio de Janeiro, afirma em sua sentença que a publicação da diretora do Flamengo não tem teor de xenofobia, mas que por outro lado mantém o nível de interação entre as correntes políticas na época.

Para justificar as falas de Ângela Landim, o juiz ainda afirma que “se um lado político chama o outro de ‘Gado’, é natural aceitar a resposta como ‘Carrapato'”, e que é necessário entender o contexto eleitoral. O magistrado ainda apresenta um estudo sobre a média do PIB per Capita dos estados, para justificar a xenofobia.

“É possível a obtenção de dados do PIB Industrial, no qual dentre os 12 primeiros Estados, estão todos os 4 estados da região Sudeste, enquanto se apresentam apenas 2 (de 9) estados nordestinos”.

Ângela Landim se desculpou

No dia 3 de novembro de 2022, dias após o ataque aos nordestinos, Ângela Landim se desculpou nas redes sociais, por conta da grande repercussão. Em sua conta no Instagram, que é privada, a Diretora de Responsabilidade Social do Flamengo se justificou:

“Não escrevi nenhuma dessas postagens que circularam. Mas, no calor da situação, compartilhei algumas mensagens e postagens e, entre elas, havia uma que citava de forma preconceituosa os meus conterrâneos nordestinos.

Peço desculpas pelo meu erro, reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente”, afirmou.


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André Antunes
Autor

28 anos, jornalista formado na FACHA. Sou apaixonado pelo Flamengo e esportes em geral, mas com foco no futebol e basquete.