Joel Santana se arrepende de comandar Flamengo contra América-MEX
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Em trecho de sua biografia, lançada na última terça-feira (18), no Rio de Janeiro, o ex-treinador Joel Santana reconheceu que não deveria ter comandado o Flamengo no fatídico jogo contra o América-MEX, em 2008. Com uma acachapante derrota por 3 a 0, o Rubro-Negro foi eliminado da Libertadores em pleno Maracanã — e depois de ter vencido por 4 a 2 na ida.
E o placar do primeiro jogo não era o único elemento que indicava um bom momento contra o América. O Flamengo chegou para a segunda partida das oitavas de final já campeão carioca sobre o Botafogo e com Joel fazendo sua despedida, acertado para comandar a África do Sul. Além disso, ainda passou como líder no grupo da Libertadores.
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A torcida, que lotou o Maracanã, preparou uma festa. Com homenagem e placa a Joel antes do jogo, faixas dos torcedores e camisa autografada pelo elenco, o time sucumbiu e viveu uma noite trágica. Com dois gols de Salvador Cabañas e um de Enrique Esqueda, o América se classificou.
Joel, então, admitiu em trecho da autobiografia "Joel Santana: O Verdadeiro King do Rio", da editora Tinta Negra, que não deveria ter comandado a equipe naquele último jogo.
"Na verdade, eu não deveria ter dirigido o time naquele dia. Não tinha condições emocionais para isso", disse o ex-treinador no livro.
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O assunto, é claro, foi abordado no lançamento da autobiografia, na última terça. E Joel admitiu que lembrar daquele momento ainda machuca. Em conversa com a imprensa, o técnico ressaltou a festa dos torcedores e admitiu que pensou em ficar. O contrato, porém, já estava assinado — e o Flamengo já tinha até contratado Caio Júnior para ser o comandante.
"Aquela doeu porque nós tínhamos ganhado bem do América, e eu estava para ir embora porque tinha aceitado uma proposta vantajosa no momento. E no futebol, se vencer, fica; se perder, vai embora. Eu tive que ir embora. Quando eu passei no corredor do Maracanã, cheio de criança me abraçando, 80 mil pessoas... Quando eu quis ficar, já não dava mais tempo", comentou.
Flamengo na Libertadores de 2008
Naquele ano, o Flamengo passou pela fase de grupos na primeira colocação, com 13 pontos. Foram quatro vitórias, um empate e uma derrota em seis jogos, com nove gols marcados e quatro sofridos. Apesar da boa campanha, o primeiro turno foi difícil: empate em 0 a 0 com o Bolognesi-PER, triunfo por 2 a 1 sobre o Cienciano-PER e derrota por 3 a 0 para o Nacional-URU.
Nos três jogos finais, porém, o Rubro-Negro deslanchou para assumir a liderança: 2 a 0 no Nacional, 3 a 0 no Cienciano e 2 a 0 no Bolognesi. Com sete gols marcados e nenhum sofrido, o time foi com moral ao mata-mata.
O primeiro desafio, então, seria o América, nas oitavas de final. A vitória por 4 a 2 na ida deu tranquilidade, com gols de Marcinho (dois), Diego Tardelli e Léo Moura, mas o clima de festa cobrou o preço na volta e resultou na eliminação. O time mexicano seguiu até a semifinal e caiu para a campeã LDU-EQU.
Ele foi jogador do Flamengo por dez anos, árbitro, tenista e lutou na Primeira Guerra Mundial: conheça a história de mais um ídolo rubro-negro!#FlaMundoBola #Flamengo #Mengão #SydneyPullen #história #futebol pic.twitter.com/CEHOlaWQ7J
— MundoBola Flamengo (@MundoBolaFla) February 17, 2025