João Luis Jr: Não existem advogados o bastante pra defender esse Flamengo

Nem supino, nem leg-press nem flexão de braço. Um dos exercícios mais pesados e mais populares nos últimos meses em todo o Brasil vem sendo o de tentar defender as decisões da diretoria e do treinador do Flamengo. 

A alta cúpula do clube decide trocar um treinador campeão da Libertadores e da Copa do Brasil sabendo que o Mundial Interclubes, apenas a maior obsessão de todo rubro-negro, vai acontecer pouco depois? “Não, mas Vitor Pereira tem um teto mais alto, com certeza que o cara que perdeu em dois torneios pro Dorival é melhor que o Dorival”.

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O Flamengo é eliminado de maneira acachapante para o Al-Hilal e não chega nem mesmo a enfrentar o Real Madrid na decisão em Marrocos? “Não, mas isso ainda é o começo da temporada, vocês vão ver como esse time vai evoluir rápido na mão do português”.

O time não evolui, apresenta total desorganização tática e sofre para vencer de times tecnicamente inferiores, quase sempre escapando numa mistura de sorte, qualidade individual e incompetência dos rivais? “Não, mas o que importa é o resultado, tem que deixar o Vitor Pereira trabalhar”.

E não parou por aí, é claro. Defenderam a falta de definição de um time titular alegando que era para “evitar vazamentos”, justificaram a falta de reforços alegando que não existem tantos jogadores com o nível que o Flamengo precisa, e quando jogadores com história e conquistas no clube tiveram bruscas quedas de rendimento muita gente optou por esquecer a trajetória dos atletas para sair em defesa do treinador que até agora conquistou apenas vergonhas e fracassos pelo Flamengo.

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Então não duvide que hoje, diante da lamentável exibição rubro-negra diante do Aucas do Equador, em que um Flamengo chocho, capenga, manco, anêmico, frágil e inconsistente foi presa fácil na altitude e trouxe na bagagem apenas uma triste derrota por 2×1, vamos ter novamente pessoas tentando defender o indefensável, explicar o inexplicável e justificar o que não tem justificativa.

Se entramos com um time reserva é porque obviamente o Campeonato Carioca é muito mais importante que a Libertadores e precisa ser prioridade, certo? Se o setor defensivo não tem absolutamente entrosamento algum é porque é mais importante despistar o X9 que vaza a escalação do que garantir que os jogadores treinem juntos. Com toda certeza. Além disso, se seguimos sem ter um mísero lateral-direito de confiança no elenco não é incompetência do Marcos Braz. Deve ser porque realmente não existem mais jogadores dessa posição no mundo, quem fala que existe quer tumultuar o clube.

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Muita gente se esforça para fazer parecer que o Flamengo está normal, a diretoria está correta e o trabalho de Vítor Pereira é promissor. Mas a realidade tem o péssimo hábito de, quando a gente menos espera, não apenas bater na porta como até mesmo derrubar as paredes. E nessa quarta, na cidade de Quito, ela fez isso mais uma vez.

Então, há mais do que o complicado exercício de tentar normalizar um resultado que não tem nada de normal. É hora do Flamengo realizar a simples atividade de apenas aceitar a realidade e, logo depois, a ação mais complicada: tentar mudar esse triste cenário. Porque dá para enganar uma pessoa todo o tempo, ou algumas pessoas por muito tempo, mas o placar tá ficando cada vez mais complicado de enganar sim.