Às vésperas do Natal a Nação acaba de receber notícias, vindas de Portugal, que Jesus deu “sim” ao seu retorno. Nem o mais otimista Flamenguista poderia imaginar que nosso velhinho poderia chegar como esse presente empacotado.
Respeitando as tradições natalinas, e a magia que o velhinho mais famoso e antigo espalhou, vamos aguardar a ceia para desvendarmos melhor esse presente. Afinal, a criançada sabe muito bem como é a angústia e esperança, aguardando a chegada daquela data e de seus presentes. A Nação deve se comportar como tal, mas eu já estou preparando o grito entalado na garganta: “olê, olê, olê, olê…mister, mister”.
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Talvez, o momento conspire a nosso favor, lembrando o Dia do Fico às avessas, já que a torcida do Benfica não o quer mais por lá, já que os dirigentes benfiquistas também não entendem ser ele a solução para seus problemas, e a nação, assim como nossos dirigentes, estão loucos pela sua volta, poderíamos adaptar a célebre frase de Dom Pedro para: ‘Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, digo ao povo que volto!’ E gritamos todos no Maracanã, nosso Paço Imperial de outrora.
De outro lado, para aqueles que ainda torcem o nariz para a volta de Jorge Jesus, blasfemando e caluniando um possível fracasso, já que na visão deles os astros nunca irão se alinhar da mesma forma como em 2019, eu assevero que Jesus é muito melhor que todos os técnicos que aqui estão.
Colocando um sarrafo bem baixo, entendo que, no mínimo, o time dele apresentará padrão tático, não abdicará da vitória, não sentará em cima do resultado…o que já é muito em relação ao futebol que se pratica no Brasil.
Todavia, não há como esquecer que Jesus nos ensinou sobre bola coberta, bola descoberta, linhas altas, marcação pressão entre outros, enfim, conceitos táticos muito pouco debatidos no Brasil até então. Só isso já o eleva a “Outro Patamar”, como diria Bruno Henrique.
Jesus, essa sua possível volta me fez recordar de Gonçalves Dias, que sentindo saudades do Brasil em Portugal, recitou a famosa Canção do Exílio, com o perdão do sacrilégio, me ponho a constatar:
Nossa terra tem Flamengo,
Onde canta a Nação,
Venha para cá ser feliz,
Que te aguardamos no avião.
Nossos estádios têm mais gente,
Nossa gente canta com mais emoção,
Nossos dirigentes são mais convergentes,
Nossa torcida é mais sem noção.
Venha para cá ser feliz,
Que te beijaremos de paixão,
Venha curar essa cicatriz,
Você é nossa salvação!!!
Allan Titonelli é rubro-negro, amante do futebol, gosta de jogar uma pelada, assistir partidas, resenhas esportivas ou debater com os amigos sobre “o velho e violento esporte bretão”. Escreveu, ao lado de Daniel Giotti, o livro “19 81 – Ficou Marcado n...
