O Flamengo de Vitor Pereira fez sua estreia em 2023 com uma goleada de 4 a 1 sobre a Portuguesa no Maracanã, pelo Campeonato Carioca.
A princípio, o jogo não é um parâmetro para projetar o Flamengo na temporada. Todavia, na prática, mostrou alguns caminhos que o treinador pode trilhar no clube.
Vitor Pereira abdica do losango no meio-campo
Logo no começo da partida foi possível identificar que o treinador português optou por iniciar sua trajetória no clube usando o 4-4-2 como formação base. Utilizando Everton Ribeiro e Arrascaeta como meias com movimentos bastante centralizados, gerando apoio aos volantes.
Além disso, uma variação tática com bola foi utilizada durante a partida: a saída de três. Gerson ou Thiago Maia baixava entre os zagueiros a fim de gerar superioridade numérica no setor. Dessa forma, Varela e Ayrton Lucas tinham liberdade para cobrir o corredor lateral.
Os laterais tinham dois papéis fundamentais: serem acionados pelo lado do campo em profundidade ou gerarem amplitude para facilitar o jogo inteiro. Ou seja, aumentarem o espaço entre os defensores adversários para as trocas de passe por dentro.
É interessante também notar que já existem movimentos coordenados para atacar. Tanto na rapidez dos passes, quanto no posicionamento e perfilamento para ocupar os espaços. Além disso, Gabigol teve muita liberdade para participar do jogo.
Defensivamente a equipe abdicou do losango de Dorival Jr. e voltou a atuar sem bola com duas linhas de quatro. Marcação majoritariamente zonal, buscando controlar espaços tanto no entrelinhas como buscando reduzir as bolas descobertas dos zagueiros adversários.
É interessante também notar outros dois aspectos:
- Laterais com gatilhos de pressão para acompanhar os pontas adversários pelo lado; e
- Gerson ou Thiago Maia se juntando ao quarteto ofensivo para pressionar o homem-livre adversário no meio.
Por fim, vale destacar também que, mesmo após as mudanças de jogadores, a equipe manteve seus padrões do primeiro tempo. O quarto gol rubro-negro ilustra muitos dos conceitos citados, adicionado à troca de posições entre Gabi e Marinho no lance.
Vitor Pereira segue Jesus em ideias
É muito cedo para cravar prognósticos do trabalho de Vitor Pereira. Ainda assim, já foi possível identificar muitos padrões interessantes. No geral um trabalho que, única e somente exclusiva à sua forma, tem as características mais próximas ao de Jesus no Fla desde 2019.
Enfim, a comparação entre os dois processos estão em anos-luz quando se trata de desempenho e resultado. Contudo, descritivamente já é possível identificar semelhanças na forma de atacar e se defender da dupla de portugueses no comando do Mais Querido.