Sem dúvida alguma, Hernane Brocador foi muito importante para o Flamengo. Em tempos de vacas magras, o atacante resolvia e colocava a bola para dentro. Ao lado de Paulinho e Elias, Brocador foi um dos grandes responsáveis pela conquista de um título importante por parte do Flamengo em uma Era mediana. Em 2013, o clube levantou a taça da Copa do Brasil e muito tem a ver com o jogador.
Artilheiro do Brasil naquela temporada, Hernane Brocador fez o gol do título do clube na Copa do Brasil, contra o Athletico. Certamente, cravou seu nome na história do Flamengo e, por isso, é lembrado até hoje. O atacante está de volta ao Rio de Janeiro. Mas agora, para defender a Portuguesa, da Ilha do Governador. No Flamengo, Hernane ainda não tinha tido suas duas filhas, Julia e Alicia.
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A mais velha é Julia, de nove anos. Ao GE, Brocador diz que o reconhecimento dos flamenguistas mexe com a filha. Se um rubro-negro pede para tirar foto com o jogador, por exemplo, Julia chega em casa pesquisando sobre o pai nos tempos de Flamengo e mostra até o engajamento de publicações sobre Hernane no Mengão ao ex-Flamengo.
“A minha filha mais velha pesquisa bastante isso. Quando ela vê alguém batendo foto comigo na rua, volta para casa, assiste aos vídeos, e fica ‘olha pai, você tem 20 mil curtidas, 30 mil curtidas’. Isso para ela é coisa de outro mundo. Isso é muito bom, é o legado que eu deixei, tudo que eu conquistei foi muito positivo para agora ela estar desfrutando de tudo o que eu vivi. É muito gratificante, pude fazer algo que ficou marcado em toda a minha carreira”, revela.
Hernane Brocador será homenageado pela Portuguesa
Um ponto muito interessante na contratação de Hernane Brocador pela Portuguesa é o momento que o atacante chega no clube. O time da Ilha do Governador completa 100 anos em 2024. O clube escolheu Hernane para representar isso, cedendo a camisa de número 100 ao jogador para a temporada.
“A sensação foi muito boa desde quando pisei no rio. Tinha vontade de jogar novamente o Carioca. Acho que veio no melhor momento. Dez anos depois que eu saí, em um ano tão especial para a Lusa Eu vou usar a camisa 100. Quando recebi o convite, não pensei duas vezes. É um campeonato que marquei bastante, fui artilheiro, espero novamente poder brigar pela artilharia porque conheço bem os atalhos. Pisar novamente no Maracanã, um estádio que quando piso sinto algo diferente. Espero que essa sensação boa se repita agora com a camisa da Lusa”, conta Hernane, antes de relembrar seu período com a camisa do Flamengo:
“Eu ainda peguei cinco a seis meses com a Patrícia (Amorim, presidente até dezembro de 2012), quando o Flamengo ainda atrasava salário e o CT tinha muita lama quando caía chuva. Você tinha que ver onde ia pisar. Ainda não fui ao Ninho depois da reforma, mas é outro Flamengo. Eu me sinto parte disso sim. Em 2013, a gente tinha um time desacreditado. O Flamengo chegou um momento que ficou ali perto do rebaixamento, começou a se falar nisso. E a gente vai e ganha a Copa do Brasil. Uma Copa do Brasil que dá força para o Flamengo. Tanto que em 2014 já começou a contratar jogadores para pagar salários muito altos. E ai começou um novo Flamengo. Roí o osso, a parte ruim. Não só eu como todos que estavam naquele ano tem parte do que é o Flamengo hoje”, explica.
Nação aplaudiu jogador em reencontro
O atacante lembra ainda de um jogo contra o Flamengo pelo Sport. Hernane recebeu o carinho da Nação e espera ter a mesma recepção no Carioca.
“Em 2018, pelo Sport, brigando contra o rebaixamento, o Flamengo foi lá e ganhou da gente na Ilha do Retiro. Na torcida do Sport tinha alguns xingando pela situação do time no momento, e a torcida do Flamengo levantou e me aplaudiu. Isso me deixou muito feliz. É um trabalho reconhecido. Eu creio que esse jogo será especial por tudo que vivi no clube, mas tenho que encarar como qualquer outra partida, que hoje defendo outra camisa, mas a gente também não esquece do carinho que tem o torcedor e o clube por mim”, diz Hernane Brocador.
Hernane prega respeito ao Flamengo
Apesar de afirmar que vai comemorar se marcar contra o Flamengo, Hernane Brocador diz que não será de forma efusiva. Ele fala sobre respeito ao clube e preocupação em não chatear os flamenguistas, mas não quer deixar de comemorar.
“Não sei a reação. Creio que comemore sim, mas não extravasando, até pelo respeito que tenho pelo clube. Mas comemorar sim, com certeza. São 10 anos já. Tenho esse carinho, respeito pelo clube. Sempre que tem oportunidade, me chamam para fazer algo. A gente não pode desrespeitar a instituição. Eu sempre respeitei todos os clubes que joguei, nunca faltou respeito em comemoração”, conta.
Por fim, Hernane Brocador coloca deadline para o fim de sua carreira. O atacante entende que tem lenha para queimar por mais duas temporadas.
“Penso em jogar mais dois anos. Lógico, se o telefone continuar tocando, eu vou um pouco adiante. Mas meus planos são jogar mais dois anos, me preparar e me especializar em algo para depois do fim da carreira. Agora que estou no Rio, vou fazer alguns cursos, começar a pensar, dois anos passa rápido. Curso de técnico, gestor e ver depois para que lado nós vamos no fim”, finaliza Hernane Brocador.