'Herdeiro' de Braz viaja pelo Flamengo apesar de dívida milionária
Cotado para substituir Marcos Braz como vice-presidente de Futebol, o membro do ‘Conselhinho de Futebol’ Diogo Lemos motivou um pedido de esclarecimentos ao Flamengo na Justiça. Isso porque o grupo Multiplan, dono do Barrashopping, quer saber como o dirigente realiza frequentes viagens pela América do Sul pelo clube apesar de ter uma dívida milionária com a empresa e nenhum dinheiro na conta.
A Multiplan solicitou à Justiça o pedido de esclarecimento ao Flamengo em novembro passado. A empresa tenta cobrar desde 2018 uma dívida de Lemos referente ao aluguel, entre 2013 e 2015, de uma loja no Barrashopping.
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A Justiça já ordenou a execução da dívida, que em valores atualizados supera R$ 3 milhões. Só que não encontrou um centavo nas contas bancárias de Diogo Lemos ao tentar confiscar o valor.
Os advogados da Multiplan, então, apontaram uma contradição no comportamento do membro do Conselhinho do Flamengo.
“O fato é que, mesmo detendo significativas dívidas, o executado vem esbanjando nas redes sociais estar viajando para o exterior, o que pode ser observado das postagens feitas no Instagram, com imagens do executado em Santiago do Chile e Guayaquil”, escreveram.
Diogo Lemos acumula várias outras dívidas
Além dos R$ 3 milhões para o Multiplan, os registros da Justiça estão cheios de dívidas menores acumuladas por Lemos. Por exemplo, com o condomínio onde mora e o banco Santander. Além disso, a empresa responsável pela loja que ele operou no Barrashopping, a Mazal Tov 2013 Restaurante e Lanchonete Ltda, também é alvo de uma série de processos trabalhistas.
Não há registro de qual foi a resposta do Flamengo para a Multiplan no processo. O fato é que Diogo Lemos continua viajando representando o clube. No último mês, ele esteve em Buenos Aires para o jogo contra o Racing e em Santiago para a partida contra o Ñublense. Na primeira parada, visitou o CT do River Plate para discutir uma parceria com o clube argentino. Na segunda, participou de um jantar com dirigentes do clube chileno.
Não haveria contradição se Diogo fosse funcionário do clube e tivesse suas viagens financiadas pelo Flamengo. Porém, ao menos oficialmente, não é isso que acontece. Os membros do Conselhinho são dirigentes amadores não remunerados. Nesta condição, segundo alega o Flamengo, pagam as próprias despesas nas viagens pelo clube.
A situação financeira de Diogo Lemos exposta no processo da Multiplan, porém, indica que ele não tem como arcar com os custos das constantes viagens pelo clube.
Apoiador de Landim é membro do ‘Conselhinho’ desde o início
O nome de Diogo Lemos ganhou projeção nas últimas horas como favorito de Marcos Braz para substituí-lo no cargo caso o atual vice-presidente deixe o cargo para assumir uma cadeira de deputado federal em Brasília.
Lemos vem aumentando sua visibilidade com a torcida nos últimos meses. Ele pagou um perfil verificado no Twitter para defender o planejamento da diretoria, alvo de muitas críticas após a série de campeonatos perdidos no início do ano. Ele também apareceu trocando xingamentos com o presidente do Fluminense, Mário Bittencourt, no último Fla x Flu.
Apoiador de Rodolfo Landim nas eleições de 2018, ele faz parte do Conselhinho de Futebol desde o início da gestão. O grupo é formado por representantes de cada um dos principais grupos de apoio político a Landim e participa de decisões estratégicas sobre o carro-chefe do clube.