Grupo LGBT denuncia cânticos homofóbicos da torcida do Flamengo

14/11/2023, 10:21
Clássico entre Flamengo e Fluminense no Maracanã

O último sábado (11) foi de clássico entre Flamengo e Fluminense. As torcidas trocaram algumas provocações. No entanto, algumas deixam de ser provocações e ultrapassam os limites. É o caso de um dos cânticos entoados por torcedores flamenguistas.

Por isso, o Grupo Arco Íris de Cidadania LGBT levou o caso ao SJTD. O presidente da entidade, Claudio Nascimento, pede que a procuradoria denuncie o clube. De acordo com o grupo, o canto é corriqueiro em clássicos. Um dos trechos diz: “tricolor viado, passa maquiagem e dá o c* depois”.

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O advogado Carlos Nicodemos falou sobre a gravidade do problema. Além disso, pede que as medidas sejam tomadas. Só assim, afinal, os episódios irão cessar.

“Deve ser enfatizado a gravidade e recorrência dos atos violadores de direitos por parte da torcida do Clube de Regatas Flamengo. Resulta na necessidade de medidas expressivas e contundentes que garantam a não repetição dos atos homofóbicos”, diz.

Torcida do Fluminense entoou cânticos racistas

Ainda que esteja fora da alçada do Grupo LGBT, a torcida do Flamengo não está isolada. Enquanto um lado comete homofobia, o outro comete injúria racial. Os tricolores cantam em todos os jogos, não só contra o Fla, que a torcida rubro-negra é de ‘mulambos imundos’.

O termo racista é usado pelos rivais para provocar os flamenguistas. Mas no caso dos tricolores, é entoado em música. ‘Mulambo’ é um termo pejorativo, originado na Angola nos tempos da escravatura. Além disso, outra música preconceituosa do Fluminense diz: ‘Torcida deles não tem nem um dente’.

Mas ultrapassou a esfera da torcida com o time tricolor. Isso porque teve até jogador puxando a música. O lateral Guga, na comemoração do título do Fluminense na Libertadores, não segurou o preconceito.

Marcos Braz teve frase homofóbica recentemente

Apesar de não ter a ver com o Fluminense, outro caso aconteceu dentro do clube. Em coletiva de imprensa, Marcos Braz citou o termo ‘viado‘. O mandatário ironizava as informações sobre Allan. O Flamengo buscou o volante no Atlético-MG. Do lado de lá, os torcedores falavam em ‘assédio’ flamenguista.

“Assédio… Toda vez é esse enredo, não é só do Atlético, não. Acaba que vão achar que eu sou viado. Assédio, assédio, assédio…”, disse Marcos Braz.

A frase não caiu bem. Mas desta vez, foi um grupo político do Flamengo quem se manifestou. O ‘Flamengo da Gente’ emitiu nota pedindo a saída do dirigente. O grupo também compartilhou a publicação do clube no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+

“O respeito às diferenças é parte fundamental da identidade rubro-negra. Pelo direito de ser quem é, pela resistência dos que lutam. Por toda forma de amor”, dizia a mensagem.


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