‘Gol da credibilidade’: Rondinelli conta como gol em 78 mudou a história do Flamengo

Atualizado: 04/07/2025, 10:09
Trecho da entrevista com Rondinelli, ídolo do Flamengo

Herói do histórico título Carioca de 1978 contra o Vasco, Rondinelli enalteceu o gol marcado contra o cruzmaltino, considerado por muitos torcedores o gol mais importante da história do Flamengo.

70 anos de Rondinelli: histórias e curiosidades do Deus da Raça

O Deus da Raça concedeu entrevista ao MundoBola Flamengo no "Encontro da Nação" — evento que acontece todo final de semana na Loja do Museu Flamengo, na Gávea.

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Gol contra o Vasco foi crucial para conquistas da 'Geração Zico'

Rondinelli ficou marcado eternamente na história do Flamengo ao marcar de cabeça, após escanteio cobrado por Zico, contra o Vasco na final do Carioca de 1978.

Para o Deus da Raça, tal gol foi crucial para o futuro da geração comandada pelo Galinho de Quintino. "Foi uma geração que, desde a base, teria que ter que dar uma resposta de tudo que ela fez em conquista de títulos. Nós tínhamos que ter dado uma resposta positiva, porque que os jogos anteriores estavam dizimando esse grupo", disse o ex-zagueiro, antes de completar:

"Mas graças a Deus, com aquele gol, a 'Geração Zico' teve a credibilidade de dar continuidade e sair conquistando grandes títulos e vitórias, até culminar com o Mundial no Japão contra o Liverpool.", afirmou o ídolo.

Passagem pelo Flamengo definida em uma palavra

Rondinelli é a personificação do suor em campo e amor pelo Manto Sagrado. Questionado sobre como definiria sua passagem pelo Mais Querido, o ex-zagueiro foi direto.

"Raça, amor e paixão. São três adjetivos. Isso está na história do clube, não só de outras gerações, da década de 1910, 1920, 1930, 1940... Quem deixar se levar por essas três palavras, vão deixar histórias maravilhosas.", opinou o Deus da Raça.

Rondinelli em campo pelo Flamengo na década de 70
Rondinelli em campo pelo Flamengo na década de 70 - Foto: Revista Placar

Atacante mais difícil que marcou na carreira

No Brasil, Rondinelli enfrentou diversos atacantes históricos, no entanto, ao ser questionado sobre o mais difícil que já enfrentou, escolheu um ex-jogador do Vasco. "Dentro do Carioca, o Roberto Dinamite. Em outros campeonatos, a gente teve dificuldades com grandes atacantes. No caso, o nosso querido Reinaldo, do Atlético Mineiro. Tinha também o Abatiá, um 'jogadorzaço' do Curitiba", disse o ídolo.

Para o Deus da Raça, independente da qualidade do adversário, era sempre necessário se manter atento. "Qualquer outro atacante, por menor proporcionalidade, você tinha que ficar atento. Se você vacilasse, perdesse um pouco a atenção e a concentração do jogo, você poderia ser surpreendido." analisou o ex-atleta.

Rondinelli e Roberto Dinamite se encarando
Rondinelli e Roberto Dinamite se encarando - Foto: Marcelo Tabach / Museu da Pelada

Melhor zagueiro que jogou ao lado

Na carreira, o Deus da Raça atuou ao lado de grandes defensores, tanto que não conseguiu escolher um em específico e citou três nomes. "Todos foram eficientes, aqueles dos quais eu tive a felicidade de jogar. O nosso saudoso Figueiredo, Dequinha, o nosso saudoso Manguito", disse Rondinelli, antes de completar:

"O Mozer também foi de uma importância fundamental. Um belo zagueiro, que depois foi servir a Europa, em Portugal. Mas todos que eu tive o privilégio de jogar, eu pude extrair alguma coisa de tudo aquilo que eu pude deixar como história dentro do Flamengo e no futebol brasileiro.", finalizou o Deus da Raça.

Carreira de Rondinelli: Flamengo e futebol brasileiro

Formado no Flamengo, clube no qual mais atuou em sua carreira, o ídolo marcou época com muita raça e suor dentro de campo. Tal desempenho foi crucial para o Mengão ter conquistado cinco Campeonatos Cariocas (1974, 1978, 1979, 1979 e 1981).

Além dos Estaduais, Rondinelli fez parte da conquista do primeiro título de Campeonato Brasileiro do clube, em 1980. No ano seguinte, participou da trajetória da primeira Libertadores do Mais Querido, no entanto, saiu para o Corinthians antes da Glória Eterna rubro-negra.

Com o Manto Sagrado, o ídolo disputou 407 jogos, sendo 249 vitórias, 102 empates e 56 derrotas.

No alvinegro paulista, o zagueiro pouco atuou e em 1982 retornou ao Rio de Janeiro, desta vez para o Vasco da Gama. O Deus da Raça jogou no cruzmaltino até o fim de 1983, antes de ir para o Athlético-PR no ano seguinte.

Em 1985, atuou pelo Paysandu na reta final de sua carreira, que teve o Goiânia e Goiás como últimos clubes em 1987.