O técnico Jorge Sampaoli vai reencontrar Paulo Henrique Ganso, que chega com fome de mostrar do que é capaz para o estrangeiro. Isso porque o meia foi comandado pelo argentino no Sevilla, entre 2016 e 2017. Mas acontece que o jogador passou a maior parte do tempo no banco de reservas e Sampaoli não fez muita questão de colocá-lo em campo.
Além disso, os dois chegaram a ser desafetos um do outro. O relacionamento não era bom e o treinador teve problemas com o atleta. Ganso chegou a ser uma indicação do argentino, que foi atendido pelo clube espanhol. Foram apenas 28 jogos em um ano, com sete gols e três assistências do meia brasileiro revelado pelo Santos.
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Desde então, a dupla trocou farpas nesse meio tempo. Ainda em 2017, Sampaoli criticou o jogador e disse que se Ganso não entrava em campo, o maior culpado era o próprio atleta, que não estaria rendendo o esperado.
“Estamos exigindo muito de Paulo porque foi o que esperávamos quando veio para cá. Hoje é quase uma decisão própria a de não ser relacionado. Quando ele decidir e estiver nos contagiando sobre o que pode dar e o que a equipe necessita, será impossível não ver Ganso entre os relacionados”, comentou.
Ganso respondeu Sampaoli em 2019; técnico assume culpa
A resposta demorou a vir, mas aconteceu em 2019, quando o técnico comandava o Santos e perdeu por 5 a 1 para o Ituano. O meia tinha acabado de ser contratado pelo Fluminense e teve que responder uma pergunta sobre o treinador.
“Cinco? O quê? Cuidado com o que você está falando. (…) De cinco ele não quer nem ouvir (risos). Brincadeiras à parte, tiveram algumas coisas que aconteceram lá fora. Quando uma pessoa te pede para ir a um clube e não coloca você para jogar, alguma coisa está errada. A pessoa nem falar com você, não conversar, está errada. Mas isso passa, a gente esquece, vida que segue para todo mundo”, disse Ganso.
Além disso, Sampaoli se declarou culpado em sequência. Isso porque o treinador chamou a responsabilidade e disse que sacou Ganso por conta da pressão na Europa.
“A responsabilidade é minha. A realidade é que a vezes temos a urgência. Era minha primeira passagem na Europa. Tinha (cobrança por) prêmio, tinha necessidade. Teve uma partida difícil para ele contra o Real Madrid, e ele tinha que se sacrificar um pouco para acompanhar o lateral, e tem decisões do treinador que atentam contra o jogador, e acabam apagando o jogador”, afirmou ao Bem Amigos em 2021.
Jogador do Fluminense diz que não precisa falar com Sampaoli
No mesmo ano, Ganso voltou a ser questionado e disse que não voltou a falar com Jorge Sampaoli desde que saiu do Sevilla e que também não faz questão.
“Se a gente pegar por número, você vai falar que os números são bons. Fiz poucos jogos como titular, mas os jogos que fiz foram muito bons. Fiz gols, dei assistências, tudo. É difícil achar uma explicação. Teve aquele momento de rodízio, de rotação, eu acabei saindo e não voltei mais. Quando voltei, fiz gol e depois saí de novo e não voltei mais. Enfim, é difícil falar. Queria ter jogado mais, Sevilla é uma cidade fantástica, o clube é muito bom. Queria ter aproveitado mais profissionalmente. (…) Não encontrei, não falei (com Sampaoli). E não precisa também. É uma coisa que já passou, vida que segue. Eu aprendi muito com tudo que vivi lá”, comentou.
Fluminense x Flamengo marca duelo
Os dois vão ter que se encarar nesta terça-feira (16), às 21h (Horário de Brasília), quando Flamengo e Fluminense duelam pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil. Certamente Ganso enxerga o passado como combustível extra para se motivar e fazer um bom jogo contra o Mais Querido, deixando o técnico boquiaberto.
