Jogo infantil de futsal do Flamengo na Marinha é palco de ataque machista
Uma reportagem do GE revelou uma série de casos de racismo, machismo e homofobia em torneios infantis de futsal no Rio nos últimos meses. Um dos episódios aconteceu em uma partida do Flamengo, um ataque machista envolvendo torcedores do adversário da equipe sub-11 do Mais Querido, o Team Sports.
De acordo com a súmula da partida, obtida pelo GE, a árbitra auxiliar Natália Campos Miranda foi alvo de ofensas machistas da torcida do Team Sports após confirmar um gol do Flamengo em um lance considerado irregular pelos torcedores da equipe de Vista Alegre, Zona Norte do Rio.
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O documento relata que Natália foi chamada de “piranha”, “filha da puta”, “vagabunda” e “cachorra”. Além disso, os torcedores do Vista Alegre ainda gritaram para a árbitra: “vai voltar a brincar de boneca” e “vai lavar uma louça”.
O jogo aconteceu em maio, no Clube de Sargentos da Marinha, na Vila da Penha, e foi vencido pelo Team Sports por 6×5. Na partida de volta, em agosto, na Gávea, o Flamengo goleou por 8×0.
O Team Sports recebeu multa de apenas R$ 1 mil pelas ofensas.
Outros jogos tem casos de racismo e ameaças contra crianças
A reportagem do GE disse que documentou ao menos 20 incidentes graves em quatro meses acompanhando o campeonato, mas este é o único relatado em uma partida do Flamengo. Incidentes em outras partidas incluem crianças ameaçadas de agressão por adultos; ofensas racistas contra meninos de 9 anos; uma casca de banana atirada num árbitro negro.
Os casos foram relatados ao secretário municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro, Adilson Pires, que prometeu procurar a Federação de Futsal do Rio para propor ações educativas.
“São pais despejando nas crianças preconceitos, ódio. É algo grave, absurdo”, disse o secretário.
