Foi doído. Por tudo que cercava o jogo. Invencibilidade, bom futebol nos jogos anteriores, elenco fortíssimo. Favoritismo. Mas é Libertadores. É futebol. E, acreditem, o quanto antes a torcida, o time e a comissão técnica entenderem esse contexto, antes iremos amadurecer para a continuidade da disputa continental.
Boa parte da torcida já entendeu: não existe jogo fácil na Libertadores. Não venceremos todos os jogos. Não mesmo. A diferença da torcida argentina para a nossa está no apoio incondicional. Tomam um gol e cantam mais alto. Porque sabem que o papel da torcida em um jogo da competição também tem seu peso. Precisamos conscientizar cada vez mais nossas vozes nas arquibancadas. Estamos no caminho.
O time jogou bem. Poucos irão discordar dessa afirmação. O gol dos caras aconteceu em uma jogada muito bem ensaiada. O bloqueio no nosso marcador, a cabeçada bem no canto, pra baixo. Gol de quem treinou a jogada. O Diego fez uma falta desnecessária? Acontece. O que não pode acontecer é a questão de falhas individuais que não resultaram em gol, mas que poderia. Vaz, mais uma vez, testou nossos corações. Fora algumas saídas de bola e tentativas de roubadas que não deram certo. Isso sim, precisamos mudar.
Alguns jogadores estavam em noite pouco inspirada: Guerrero, Diego e Arão. Guerrero funcionou muito bem incomodando a zaga, fazendo o pivô, mas não foi feliz nas conclusões. As vezes parece que falta confiança. Diego é craque, mas ontem não teve o destaque que o time sempre espera (e precisa) dele. Já Arão aparece muito bem, mas não conclui tão bem. Ponto a desenvolver.
Agora, a questão mais polêmica: a mudança de esquema do Zé Ricardo para o jogo. Esqueça qualquer conceito que você possua sobre o nosso treinador. Analisem o jogo de ontem, apenas. Entrar com o meio reforçado fez com que ganhássemos o setor e consequentemente o domínio da partida. Qual susto sofremos no primeiro tempo, tirando a jogada do Vaz? Percebam, ainda, que nosso poder ofensivo não foi maculado. Basta ver que criamos boas oportunidades e não seria nenhuma injustiça sair para o intervalo com a vantagem no placar.
Questionar o técnico tem validade, por mais incrível que pareça, quando das substituições. A entrada do Berrío era favas contadas, mas, como o jogo se apresentava, talvez o ideal fosse não mexer na formação tática. Perdemos o meio com isso. Deu errado. Mas quem, em sã consciência, não acharia normal a substituição realizada? Então, muita calma nessa hora.
Jogamos bem, não faltou garra, não faltou disciplina tática. Faltaram gols. Faltou a vitória. Porém, o fato de jogar bem não pode apagar algumas atuações individuais. Essas, sim, precisam ser consertadas. Urgentemente. Temos elenco pra isso.
Não culpem o Zé, não culpem o azar, não culpem o Marcio Araújo, não culpem nem mesmo o Rafael Vaz. Respirem fundo, que a derrota doeu. Por todo o contexto. Mas a derrota de ontem é o que faz o futebol ser o esporte onde ninguém vence de véspera, ou por poder financeiro, ou por jogar melhor. Antes agora, na fase de grupos, onde ainda temos possibilidade de recuperação, que nos jogos eliminatórios. E chegaremos no lá, podem me cobrar. Saudações Rubro-Negras.
Felipe Foureaux escreve todas as quintas-feiras. Siga-o no Twitter: @FoureauxFla
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