Blog Flamengo S/A | Diogo Almeida — Com a criação da plataforma FlaTV+ e do modelo de negócio do Cariocão 2021, novamente o Flamengo é o principal promotor de mudança de paradigma no mercado brasileiro de direitos de transmissão.
O que está em pauta não é somente o direito de transmitir jogos de futebol a cada quarta e domingo – os “direitos de TV”. O que está em jogo, sobretudo, é o direito amplo do próprio Flamengo usar as imagens do seu time, seja qual for o dia, para se relacionar com o seu torcedor. Jogos ao vivo incluídos. Dado$ sobre o público incluídos.
É de suma importância então que cada passo decidido pelos políticos e executivos da Gávea sejam exaustivamente debatidos entre os rubro-negros. O otimismo do torcedor com a boa parcela de adesão à FlaTV+ é natural. Mas este não é o grande desafio do Flamengo ao tomar o controle do seu poder midiático.
O próximo passo é incluir na carteira de clientes da FlaTV+ quem assiste aos jogos do Flamengo apenas “quando passa na tevê”.
Este estrato da Magnética, do torcedor que nem sabe que é consumidor, não pode ficar de fora. O Flamengo deve ter como objetivo sempre se manter popular, até mesmo no futuro do qual tanto sonhamos um dia ser real, quando popular não mais será um sinônimo de pobreza.
Portanto, o Flamengo deve incluir o torcedor que acompanha as partidas apenas através de um canal aberto de televisão.
Um exemplo, entre muitos, pode ser a criação de um plano de sócio-torcedor atrelado ao Cadastro Único do Bolsa Família, de modo que o ingresso para os jogos seja um valor simbólico e tenha uma cota mínima definida.
E para a gigantesca parcela de rubro-negros que não mora no Rio de Janeiro, a FlaTV+ pode dar acesso a conteúdos exclusivos e até mesmo liberar sinal de internet para conteúdos ao vivo.
Ingressos reais e virtuais podem render boas parcerias com empresas interessadas em investir no esporte através do marketing social. O Flamengo e seus apoiadores têm um excelente material de promoção de imagem.
Afinal de contas, quem não acredita que o Flamengo é muito mais do que um clube de futebol?
Levante Europeu
Do Velho Continente vem o anúncio da criação da Superliga. Ao “O Globo”, Gustavo Hazan aponta a influência americana para motivar o brado de independência dos doze gigantes de Inglaterra, Espanha e Itália:
“Alguns dos novos donos dos clubes são americanos e estão acostumados com um modelo vencedor de liga, onde não tem rebaixamento e os contratos de TV são cada vez maiores.”
O gerente da área de esporte da E&Y, porém, alerta sobre a diferenças genéticas do futebol em relação ao que costumamos chamar de “esportes americanos”:
“Só que por lá a estrutura de formação de atletas vem basicamente das universidades. No futebol, depende de um ecossistema de clubes.”
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