Não bastassem para Santos e Flamengo a dádiva de revelar Pelé e Zico - dois expoentes do futebol mundial - os clubes protagonizam nesta quarta feira, mais uma partida que alimenta a lista de confrontos decisivos envolvendo o maior clube do Brasil e a quarta maior torcida de São Paulo.
O jogo de número cento e vinte vale vaga para a semifinal da vigésima nona edição da Copa do Brasil, vencida três vezes pelo Mengo (1990/2006/2013) e apenas uma vez pelo alvinegro praiano (2010). Em Julho de 1920 (há 97 anos) aconteceu o primeiro embate entre as equipes e do nosso lado: Telefone, Japonez e Galvão Bueno (não o narrador) vestiam o MANTO SAGRADO. Cinco anos depois, no campo da Rua Paissandu, Angenor marcava o primeiro gol RUBRO-NEGRO deste confronto que já valeu vaga também para Taça Brasil, Campeonato Brasileiro, Rio-São Paulo, Libertadores e Copa Sul-Americana.
O ano de 1983 conheceu um Campeonato Brasileiro realizado com quarenta e quatro clubes que colocou frente a frente o Santos de Paulo Isidoro, Pita e Chulapa com o Flamengo de Raul, Leandro, Marinho, Figueiredo e Júnior; Vítor, Adílio e Zico; Élder, Baltazar e Júlio César. Na decisão, o Peixe saiu na frente, vencendo no Morumbi por 2 a 1. Mas no Maracanã, diante de 155.253 torcedores (recorde da história do Brasileiro), o Flamengo fez três a zero, gols de Zico, Leandro e Adílio, e comemorou seu terceiro título em quatro anos, com fundamental participação da torcida na decisão:
- Nós ajudamos e muito tanto antes como durante o jogo. Não deixamos ninguém dormir é só você olhar o comportamento deles durante a partida, estavam destemperados, desequilibrados, nervosos, tanto que tivemos expulsões na decisão. Fomos para frente do hotel deles e ficamos soltando fogos e fazendo uma verdadeira barulhada que durou a noite e a madrugada inteira. Ficamos lá até as sete da manhã, depois fomos para casa, tomar um banho, trocar de roupa e seguir pro Maraca para preparar a festa na arquibancada – conta Cláudio Cruz, fundador da Raça Rubro Negra.
No ano seguinte o Mengo mais uma vez mostrou ao Peixe que nessa cadeia alimentar o Urubu dá as cartas e na Libertadores de 1984 aplicou uma goleada histórica em pleno Morumbi, com gols de Tita (2), Bebeto, Mozer e Edmar. Porém, o maior jogo na história deste confronto aconteceu vinte e sete anos depois, no dia 27 de Julho de 2011. Na Vila Belmiro, o cronômetro ainda marcava 25 minutos do primeiro tempo quando Neymar marcou o terceiro gol, tragédia anunciada, goleada alvinegra a vista imaginavam os treze mil pagantes naquela quarta. Todos eles completamente enganados, em campo estava o FLAMENGO, 'quebrador' de paradigmas e 'atropelador' de escritas, em um jogo emocionante Ronaldinho Gaucho & cia conduziram uma virada inexplicável e quando o árbitro André Luiz de Freitas Castro levantou os braços, inacreditáveis 5x4 apontavam o FLAMENGO vencedor naquela noite, aquela décima segunda rodada jamais será esquecida e como todo espetáculo que o futebol brasileiro já viu um dia, lá estava seu maior protagonista: O FLAMENGO.
Aqueles que viram Zico e Pelé ficaram órfãos dos craques de outro mundo, porém, jamais carentes de partidas históricas e jogos eliminatórios, que assim seja nesta decisão que abre o segundo semestre RUBRO NEGRO, com vitória e vaga para o maior protagonista do futebol brasileiro: O FLAMENGO doutrinador, 'quebrador' e 'atropelador'.
Fábio Justino escreveu para o site oficial do Flamengo, O Globo (Online), para o extinto Magia Rubro Negra e agora rascunha aqui no Mundo Rubro Negro. Siga-o no Twitter: @fabiojusttino
O Mundo Rubro Negro precisa do seu apoio para não acabar e melhorar ainda mais. Contribua mensalmente com nosso trabalho. Clique aqui: bit.ly/ApoiadorMRN