O Flamengo definiu o valor que considera justo pagar pelo terreno do Gasômetro, onde pretende construir seu estádio próprio. O MRN fez o cálculo a partir das informações publicadas pelo jornalista Rodrigo Mattos sobre as negociações com a Caixa Econômica Federal.
De acordo com Mattos, o Flamengo aceita pagar o mesmo valor pago pela Prefeitura do Rio pelo metro quadrado do recém-inaugurado Terminal Gentileza, que fica numa área próxima na região central do Rio.
Após disputa na Justiça, a Prefeitura pagou R$ 40 milhões à Caixa para expropriar o terreno de 77 mil quadrados. Ou seja, cerca de R$ 520 por metro quadrado.
O terreno no Gasômetro tem área de cerca de 116 mil quadrados. Ou seja, o valor que o Flamengo considera justo pelo terreno seria de cerca de R$ 60 milhões.
Isso é bem abaixo do que a Caixa deseja receber pelo terreno. Uma avaliação interna do fundo controlado pelo banco que é dono do terreno avaliava, no ano passado, o valor da propriedade em R$ 189 milhões. Só que a Caixa considera que o terreno se valorizou em 2024 justamente com a inauguração do Terminal Gentileza e outros investimentos na região. Isso poderia levar o valor do terreno a até R$ 400 milhões.
No último sábado (16), o vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee, admitiu que o Flamengo considera o valor pretendido pela Caixa muito alto.
“O valor desse terreno está no fundo de garantia da Caixa, está lá por um valor alto, a gente entende que não vale. Por isso, temos que discutir alguma forma de rentabilizar isso” afirmou.
Flamengo busca acordo com Prefeitura para reduzir preço inspirado em projeto que beneficia Vasco
O MRN apurou que o Flamengo tenta conseguir que a Prefeitura ofereça à Caixa potencial construtivo em outros terrenos pertencentes ao fundo para compensar a venda para o Flamengo pelo valor que o clube pretende pagar. A manobra seria semelhante ao projeto de reforma do estádio de São Januário, que tramita na Câmara dos Vereadores.
A contrapartida à prefeitura seria a revitalização da área próxima ao Gasômetro com a construção do estádio do Flamengo, a mesma coisa que aconteceria com a reforma de São Januário.
A diferença neste caso é que o Flamengo ainda não é dono do terreno do estádio, que precisaria passar por aprovação de uma série de órgãos governamentais para garantir que o projeto será construído. Por isso, o Flamengo pretende apresentar nos próximos dias um projeto completo para o estádio, incluindo a definição da capacidade para 75 mil lugares.
A negociação entre Vasco e prefeitura começou há dois anos e o projeto ainda precisa passar por várias comissões antes de virar lei na Câmara. Ou seja, o projeto do Flamengo poderia levar ainda mais tempo para ser aprovado.
Entretanto, isso atrapalha o cronograma de Rodolfo Landim, que pretende concluir as negociações para compra do terreno antes de encerrar seu mandato como presidente do Flamengo no fim deste ano.
Na segunda-feira (18), Landim disse que o Flamengo tem duas outras opções de terreno caso as negociações com a Caixa não avancem.
“Existem duas outras opções que a gente tem, mas de fato lá [no Gasômetro] é a nossa opção. Se porventura a gente não conseguir lá a gente vai passar para a segunda opção”, afirmou em entrevista à ESPN após o sorteio da fase de grupos da Libertadores.