Renata Graciano: Sobre fins e inícios

05/12/2023, 09:11
Foto 1: Rodrigo Luiz agradece homenagens da torcida com as mãos no escudo do Flamengo. Foto 2: Torcida do Flamengo sobre imagem de Rodrigo Caio beijando a taça da Libertadores.

Mais de 24h depois da última vez que o Flamengo jogou em casa em 2023 e só agora eu consegui me recuperar de tudo que aconteceu. E eu não estou falando apenas do campo…

Foi um ano que tudo o que podia não dar certo, deu muito errado. E quando falo disso, estou longe de dizer que são apenas sobre aqueles caras correndo atrás da bola.

Leia mais da autora: Ainda dá!(?)

Na verdade, o que aconteceu esse ano começou em 2020 quando os responsáveis pelo Departamento de Futebol começaram a contratar jogadores de oportunidade e não por necessidade, técnico que podiam vir e não o que poderia acrescentar algo ao elenco e não estou falando de moda, estou falando de histórico, currículo e olha que nem precisava ser muito esperta para saber que aquela galerinha (porque foram vários) não se enquadraria.

E nem a Nação parecia se entender. Quem frequenta o Maracanã sabe bem o que eu estou falando.

Deu errado. Tudo deu errado. Mas aí chegou o Adenor.

Provavelmente não venceremos o Brasileiro e mesmo assim, num calor absurdo no Rio de Janeiro, mais de 60 mil apaixonados gritavam e choravam nas arquibancadas. Estávamos dando adeus a dois grandes jogadores, dois grandes caras que nos fizeram sonhar.

Rodrigo Caio veio, convenceu e se transformou num grande xerife, escreveu o nome na vitoriosa história Rubro-Negra.

E Filipe… ah Filipinho… Sou absurdamente suspeita para falar de um dos meus grandes ídolos, quando vi Filipe com o Manto pela primeira vez no Maracanã eu mal podia acreditar que estava acontecendo e ele estava aqui.

O cara que joga de fraque, o cara que nunca pisou no escudo, que reverencia nossos símbolos, que sabe que apesar de imenso o Flamengo sempre será maior e se comportou assim, desde o dia que chegou até o dia de sair.

Despedidas de Filipe Luis e Rodrigo Caio no Flamengo

A despedida sempre é dura, cruel, mas apesar da dor do final, lá do setor Norte, eu senti um gostinho de recomeço. O ano acabou, provavelmente não ganharemos o Brasileiro (risos) e todos ali sabíamos disso, mas naquele domingo de sol, a sensação de que dias melhores estão por vir era quase palpável.

Não podemos esquecer todos os erros que nos trouxeram a esse melancólico fim de ano, a certeza que de que podíamos mais é uma mistura de frustração e raiva, mas nós sabemos que o Flamengo é maior.

Em tempo

A diretoria, o elenco, ninguém merecia o título, mas a torcida merecia sim.

Em tempo²

Eu nasci ‘pra’ te amar
Nada vai nos separar
Largo tudo nessa vida só ‘pra’ te acompanhar
As loucuras que eu fiz
Os amores que deixei
Tantas coisas eu perdi, mas nunca te abandonei
Muitos podem criticar
Mas ninguém vai entender
Pois só quem é Rubro-Negro pode me compreender.


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