O Flamengo vai disputar o jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil contra o Bahia, nesta quarta-feira (28), às 21h30, na Arena Fonte Nova. Ambos os times possuem a ofensividade como característica e gostam de manter a posse da bola, o que aumenta expectativa por um jogo aberto, mas há estatística do tricolor baiano que é pouco valorizada e o Fla precisa estar atento: a bola aérea.
O Bahia marcou oito de gols de cabeça no Campeonato Brasileiro e é o segundo com mais tentos dessa forma, atrás apenas do Palmeiras (9). A equipe do técnico Rogério Ceni não abusa dos cruzamentos e tem bom aproveitamento justamente pelas jogadas trabalhadas. Geralmente há uma tabela para o jogador que vai cruzar receber livre nas costas do marcador e o cruzamento para um atleta que vem de trás.
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Um dado que ajuda a evidenciar como os lances saem de jogadas trabalhadas é que somente três dos oito gols no Brasileirão saíram em lances de bola parada. Foram três escanteios que geraram gols, enquanto não há tentos a partir de faltas cruzadas na área. Isso significa que foram cinco gols de cabeça com bola rolando. A informação dos oito gols do Bahia no Brasileirão é do jornalista Léo Bertozzi, da ESPN.
Um dos jogadores que melhor se aproveita da criação de espaços é o meio-campista Jean Lucas, revelado pelo Flamengo e titular absoluto do Bahia. Ainda que jogue como segundo homem de meio-campo, ele possui três gols de cabeça no Brasileirão, empatado com o atacante Thaciano na liderança da equipe.
As equipes de Rogério Ceni, assim como o já foi o Flamengo, são reconhecidas por manter a posse de bola e tentar construir a jogadas por passes no chão. Isso ajuda a “esconder” o bom aproveitamento do Bahia nesse tipo de jogada que, mesmo sendo um time com média de 55,9% de posse e 457 passes trocados por jogo, é fundamental para o jogo do time.
Outro bom exemplo de como o Bahia costuma construir essas jogadas de cruzamento é um lance de gol sobre o Botafogo, no jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil.
Luciano Juba reiniciou jogada na lateral do campo e tocou para Cauly na entrada da área. Somente com passes de primeira, o meia acionou Biel, que rolou para trás e encontrou Caio Alexandra na entrada da área. O volante tocou para Santiago Arias completamente livre na direita, que fez cruzamento perfeito para Cauly aproveitar espaço entre zagueiros.
O Bahia atrai a atenção e os marcadores do Botafogo para o corredor central com os passes curtos e inclusive obriga Barboza a salta a linha. Com o meio está povoado, aciona o lateral aberto na direita e pega a zaga do alvinegro desorganizada, que parece sequer perceber a infiltração de Cauly.
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A forma que o Bahia utiliza as jogadas pelo alto é algo que o Flamengo precisa ter bastante atenção, ainda mais uma temporada que a bola aérea tem sido grande problema. Vinte dos 33 gols sofridos pelo Fla foram no ano em jogada aéreas do adversário. Muitas, aliás, aproveitando espaços no lado esquerdo da defesa tanto nos cruzamentos quanto na finalização dos lances.
Contudo, o auxiliar Matheus Bachi, principal responsável pelo treinamento de bola aérea, tranquilizou a torcida em relação aos lances. Ele reconhece a necessidade de melhora, que já enxerga existir, e afirmou que não é “bicho de sete cabeças”.
“Um pouco de infelicidade nossa no gol deles, de a bola bater no Allan e sobrar no jogador deles. É algo que estamos trabalhando constantemente, temos evoluído e melhorado, e vamos continuar melhorando, mas não é um bicho de sete cabeças, um temor tão grande”, disse.
A fala foi dada após questionamento sobre o gol sofrido para o Red Bull Bragantino, no domingo (25), em jogada de escanteio.
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.