João Luis Jr: Pior do que a humilhação só a possibilidade de não aprender nada com ela
Infantil, vergonhosa, lamentável, ridícula, patética, revoltante, apática, covarde, triste, terrível. Ainda que todos esses adjetivos sirvam para descrever a derrota do Flamengo nesta terça-feira (7), por 3×2, para a equipe do Al-Ahli, são as palavras “burra” e “previsível” que melhor qualificam a eliminação do Flamengo na semifinal do Mundial Interclubes deste ano.
Burra e previsível porque os problemas que levaram o Flamengo a ser eliminado, de maneira contundente – ainda que com certa interferência do árbitro – pelo campeão da Ásia não são exatamente surpresas, não são questões que tecnicamente apareceram ontem e sim situações que já vinham se apresentando há algum tempo e foram ignoradas, de maneira incompetente e inexplicável, por diversos setores de clube rubro-negro.
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Afinal, Gerson foi um dos pontos fracos da equipe flamenguista, mostrando estar sem ritmo, atuando de maneira totalmente bizarra, e tendo participação decisiva na derrota. Mas não é ele e o mesmo Gerson que, durante a derrota para Palmeiras na Supercopa, foi um dos pontos fracos da equipe mostrando estar sem ritmo, atuando de maneira totalmente bizarra e teve participação decisiva na derrota?
O Flamengo na derrota de ontem, se ressentiu da ausência de um outro jogador de criação, que pudesse ser utilizado quando Arrascaeta ou Everton Ribeiro estivessem lesionados ou sem inspiração. Mas o Flamengo não vem se ressentido dessa lacuna no elenco desde 2020, com o clube priorizando as mais aleatórias contratações mas jamais trazendo outro armador criativo?
Matheuzinho mais uma vez não fez um grande jogo, tendo uma falha capital no primeiro gol. Mas não vivemos um problema na lateral-direita desde a saída de Rafinha, chegando ao extremo de Rodinei ter sido um destaques do time na temporada passada, com Varela sendo uma incógnita e o menino Matheus uma promessa nunca cumprida?
Vítor Pereira mexeu mal no time, mas o que esperar de um treinador com dois meses de clube, que ainda não mostrou nada no futebol brasileiro, e que comanda o time de maior orçamento do país muito menos por mérito próprio e muito mais pelo esquisito fetiche lusitano da nossa diretoria que ainda vai fazer com que o Flamengo tenha como treinador um pastel de belém, auxiliado por um bolinho de bacalhau com dois vídeos do Bruno Aleixo na preparação física?
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Onde estão as contratações de “nível mundial” prometidas por Marcos Braz? Virão agora, para reforçar o Flamengo nesse torneio prioritário que é a Taça Guanabara? Vendemos João Gomes quase na véspera da competição mais importante do ano pra que? Pra Rodolfo Landim nadar no dinheiro da transação como se fosse o Tio Patinhas? Valeu a pena enfrentar setores da torcida pra contratar um volante ruim e condenado por homicídio, que na época sofria uma acusação de violência sexual?
A verdade é que o vexame desse mundial é menos uma surpresa e mais a fatura cobrada após erros, negligências e decisões sem sentido. Medidas que envolvem a Presidência, o Departamento de Futebol e a Comissão Técnica. E que exige mudanças urgentes caso o Flamengo não queira, após perder dois torneios de maneira lamentável, perder ainda mais competições nesta temporada. Porque pior do que a humilhação de derrota, apenas a humilhação ainda maior de não aprender nada com ela.