Flamengo lamenta morte do rubro-negro Bira Presidente

Atualizado: 15/06/2025, 13:57

A noite do último sábado (14) trouxe uma notícia que deixou o samba mais triste e a torcida do Flamengo de luto. Aos 88 anos, partiu Ubirajara Félix do Nascimento, o Bira Presidente, o homem que revolucionou a batucada com o Fundo de Quintal e que nunca escondeu seu amor pelo Manto Sagrado.

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Em suas redes sociais, o Flamengo prestou uma bela homenagem a um de seus torcedores mais ilustres, reconhecendo Bira como "um dos maiores expoentes do samba e da Cultura Popular desse país". A mensagem de pesar aos familiares, amigos e fãs terminou com uma promessa que ecoa a obra do artista: "O show vai continuar e o seu legado será imortal".

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Da Zona Norte para a história da música

A trajetória de Bira Presidente se confunde com a história do samba carioca. Nascido e criado em Ramos, na Zona Norte do Rio, em 1937, ele bebeu da fonte dos grandes mestres desde cedo, tendo contato com lendas como Pixinguinha e João da Baiana. Foi batizado no samba aos sete anos, na Mangueira, sua escola de coração.

Em 1961, ao lado de amigos, ele plantou a semente de sua maior obra: o Grêmio Recreativo Cacique de Ramos. O que começou como um bloco de carnaval se transformou em um dos templos sagrados do samba, cujo endereço, apelidado de "Doce Refúgio", virou o berço de uma revolução musical.

A revolução chamada Fundo de Quintal

Foi debaixo da tamarineira do Cacique de Ramos que nasceu o Fundo de Quintal, grupo que mudou para sempre a sonoridade do samba. Muitos afirmam que o gênero se divide em antes e depois deles. Foi Bira e seus companheiros que introduziram instrumentos como o tantã (em substituição ao surdo de marcação), o repique de mão e o banjo com afinação de cavaquinho, criando uma nova cadência que embala o Brasil até hoje.

Bira não era apenas um dos fundadores; era a alma carismática do grupo, com seu jeito único de tocar pandeiro. Músicas como "O Show Tem Que Continuar", se tornaram hinos imortais, levando a poesia e a batida do Cacique para todos os cantos.

Até seus últimos dias, ele foi o único presidente da história do Cacique de Ramos, o que lhe rendeu o apelido de "o próprio Cacique". Seu carisma e sua dedicação à cultura o tornaram uma figura reverenciada.